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quinta-feira, junho 23, 2005

Visto nas televisões - no passeio pelas “empresas tecnológicas de sucesso no país” Jorge Sampaio visitou uma fábrica de chapéus. Para grande divertimento da numerosa comitiva presidencial verificou que o primeiro chapéu que experimentou, era pequenino e não lhe servia.

- A OECD calcula que a INFLACAO SALARIAL nos três anos 1999-2001 foi quase CINCO VEZES MAIS do que as principais economias da UE.
- Entre 1999 e 2000 a INFLACAO INDUSTRIAL - o preço dos produtos produzidos em Portugal - foram QUATRO VEZES MAIS ELEVADOS que a média europeia.
- A Dívida externa portuguesa (2003) de US$ 211,700,000,000 (em dólares), era a maior dívida per capita do mundo!
Exportações = US$ 31.13 billion f.o.b.
Importações = US$ 43.73 billion f.o.b.
Déficit = US$14.60 billion f.o.b.
Vamos então ver qual a principal razão para o Presidente andar com a “careca” à mostra:

A Divisão de Classes em Portugal

(Números estatísticos mencionados no estudo de Manuel Brotas publicado Aqui)

A população total residente em território português, entre nacionais e estrangeiros era em 2001 (último Censo conhecido) de 10 milhões e 400 mil habitantes, dos quais 5,366 milhões, grosso modo um pouco mais de metade da população era inactiva, sendo a população activa aproximadamente de 48,2% (cerca de 5 milhões), subdivididas nos seguintes conjuntos sociais:
- A Classe Operária
O proletariado industrial, incluindo obras públicas, energia, minas e transportes, representa 39% da população activa, empregues em empresas regidas num sistema de capitalismo de monopólios públicos e privados, num total de 1 milhão e 480 mil efectivos, a que se acrescentam os trabalhadores independentes e do sector informal, emigrantes clandestinos e desempregados, totalizando assim 2 milhões e 145 mil pessoas.(43%)
- As Classes Médias
O grande sector dos assalariados por conta de outrem não operários, empregues na maioria no sector de Serviços, funcionários públicos, militares, etc, estimando-se em 1 milhão e 850 mil pessoas.(37%)
A pequena-burguesia, trabalhadores por conta própria, com mão de obra familiar, os microempresários e as camadas inferiores da burguesia de falsos assalariados,quadros tecnocratas,etc, no total de 800 mil pessoas não assalariadas. (16%)
Estima-se que este sector da população é responsável por 30% do produto que se transacciona na Economia informal ou paralela, “empregando” trabalhadores não legalizados, precários, a recibo verde, “biscateiros”, etc.
- A Burguesia (2,5%)
A Classe dominante do regime social, constituida fundamentalmente pelos proprietários dos meios de produção e de troca, que vivem da exploração do trabalho alheio. Compreende os dirigentes e grandes accionistas das empresas e sociedades financeiras; os empresários e os patrões de todos os sectores que empregam trabalho assalariado, salvo quando em número muito reduzido; os especuladores, nomeadamente da Bolsa; os grandes detentores de activos financeiros; os grandes promotores e proprietários imobiliários; os grandes proprietários rurais; todos quantos vivem de grandes rendimentos da propriedade ou dispõem de meios para abocanhar fracções consideráveis da mais-valia produzida socialmente.

Conclusões:
-Considerando que só o Trabalho produz Valor, temos em Portugal uma situação em que apenas 39% da população activa (os operários) num número de 1,95 milhão de pessoas, produzem riqueza (legalizada) contribuindo para a construção do PIB num país de 10,4 milhões de habitantes.
- Trabalham efectivamente - 18,8% da população - que por meios diversos sustentam desde os subsidios sociais devidos, até ao mais puro parasitismo, passando por toda uma panóplia de “organizadores” – ou seja, sustentam os restantes 81,2% dos portugueses.

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