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domingo, setembro 04, 2005

Não OTA nem desOTA?


I A ideia de um novo aeroporto a construir na Ota remonta a 1999 com um custo estimado de 1,8 mil milhões de euros. Em meados de 2003, sem que nada tivesse sido feito, sob a batuta do PSD, o custo previsto já tinha aumentado para 2,5 mil milhões.
Em 2005 ninguem sabe qual será o custo, e o governo PS limita-se a avançar com a obra numa base de gastar 650 milhões de euros até 2009. Para fazer o quê e decidido por quem, em que bases técnicas, tambem ninguém sabe, porque não existem estudos credíveis, pelo menos que estejam publicados.
Sobre a questão, que já torrou um ministro, não há cão nem gato que não “amande o seu bitáite”. O mais famoso é o do governador do Banco de Portugal que disse que na actual situação de falência técnica do País não há dinheiro para a obra. Porquê avançar então se p/e todos os presidentes das Companhias aéreas estão contra?,,, sendo além disso considerado um investimento desnecessário por vários economistas?
Efectivamente o excesso de tráfego na Portela pode ser perfeitamente resolvido pela adaptação do aeroporto de Alverca (base das OGMA) para receber os voos charter e de low-cost, solução defendida por vários especialistas (ver Visão 28/7), onde tambem existe a possibilidade de ligação ferroviária com uma futura linha de TGV de ligação à Europa via Madrid (a única que tem sentido rentável em território nacional), e outra já existente por comboio Pendular ao Porto.
Ademais, com uma nova crise petrolífera no horizonte, ameaças e custos de combustíveis e de exploração cada vez mais exorbitantes, só lunáticos podem continuar a sonhar com irrealisticos aumentos massivos do Turismo como “indústria”.
Apesar de tudo isto, a opinião pública tomou conhecimento do avanço para a solução da Ota quando o grupo imobiliário do Banco Espírito Santo (BES) desatou a comprar tudo o que era terreno nos arrabaldes de Alenquer, do Carregado e da Ota.
Estará encontrado o mistério de quem é que decidiu mandar o governo PS decidir?

II
Não consta que o BES tencione transformar-se em Partido nem submeter os seus Executivos a eleições, nem a Constituição certamente o permitiria. Em que se fundamenta então esta ascendência do poder Económico sobre a apropriação dos Fundos Públicos do Estado que deveriam ser transparente e democraticamente geridos no interesse geral de todos os portugueses?
Obviamente existe aqui um problema sério e mais importante teórica e praticamente, que é a destruição da esfera pública pelas políticas Neoliberais. Em geral, trata-se de privatizar a acumulação de ganhos pelos Grupos Económicos, e de socializar os custos pela sua imputação ao orçamento do Estado.
Neste ponto essencial, Cavaco, PS, Soares e PSD/CDS estão sempre 100% de acordo!

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