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segunda-feira, junho 26, 2006

Induzida por forças exteriores,,,

,,,a actual crise em Timor Leste tem a Austrália como principal responsável, assegurou Alfredo Assumpção, ex-Chefe do Estado Maior da ONU no território entre 2000 e 2001. O general português aposentado, numa entrevista de ontem assinalou que o governo de Camberra é o principal inimigo de Timor Leste e que sempre desejou controlar o processo de autonomia – “o que interessa aos australianos é o petróleo e o gaz, e para isso nada melhor que estarem fisicamente presentes para controlar o sistema politico no país e o modo como são geridas essas fontes de riqueza”. Até ao momento, explicou, não tinham tido êxito porque o Presidente timorense Xanana Gusmão e o primeiro ministro Mari Alkatiri estavam unidos, porém a ruptura dessa união abre o caminho para tomarem o controlo. Como é sabido, segundo o Presidente, a permanência no cargo do primeiro ministro apoiado pelo partido maioritário no Parlamento, a Fretilin (Frente Revolucionária para a Libertação de Timor) começou de repente (sem mais nem menos?) a “ameaçar a continuidade do Estado democrático”.

Revisão da matéria dada:
O caos começou em finais de Maio, quando o governo decidiu despedir 600 soldados, quase metade do exército, que disseram ter sido vítimas de descriminação étnica. Os militares despedidos protagonizaram uma rebelião que causou cerca de 30 mortos e 100 mil pessoas desalojadas, o que requereu o pedido de ajuda de tropas internacionais para controlar a situação; dois mil militares e policias da Austrália, Nova Zelândia; Malásia e Portugal, chegaram à capital timorense, onde todavia persistem focos de violência. Na passada sexta feira 23, vários helicópteros australianos patrulharam a cidade seguindo com atenção alguns milhares de manifestantes trazidos em camionetas de todo o território para apioarem o chefe de Estado.
"Se cada vez que 300, 400 ou mil pessoas que se juntam e pedem a demissão do Governo ou dissolução do Parlamento Nacional isso acontecer, significa que nem vale a pena estar a pensar em eleições. Ficaríamos com um país ingovernável , o protótipo de um Estado falhado", sublinhou Mari Alkatiri.
O primeiro ministro é acusado de haver armado milícias civis para eliminar os rivais políticos, acusações que nega e relaciona com a campanha para o obrigar à sua renúncia. Alkatiri de maneira nenhuma assume demitir-se e só admitiu a possibilidade de abandonar o Ministério dos Recursos Energéticos, mostrando a máxima flexibilidade e abertura. A situação é tão complexa que uma decisão precipitada pode complicar ainda mais as coisas, assegurou o chefe do Governo, que referir serem as declarações de Xanana Gusmão inoportunas, ao mesmo tempo que a Fretilin convoca uma manifestação que pretendeu juntar vinte mil apoiantes de Alkatiri em Dili
Na sequência de desacordos com a estratégia a seguir no impedimento dos manifestantes acederem a Dili, José Ramos Horta acabaria por pedir a demissão. (ver noticia da Lusa).
A decisão da FRETILIN (ver aqui o Comunicado) não está de acordo com o desejo dos golpistas, mas é a única que continua a fazer valer a Constituição da República. Mudar só por força do voto popular.
Fernando Araújo (PD) sabe que nunca será governo de forma constitucional, logo esta é a mais apetecida caminhada de assalto ao poder com o apoio de Xanana Gusmão. Xanana até pode pedir a dissolução do Parlamento, mas nunca esquecerá que o fez sem base constitucional. Se o parlamento não funciona e as instituições estão de novo paralisadas só se deve a uma estratégia concertada de manifestações dos amigos do presidente e dos australianos para que assim aconteça.
Obviamente que toda esta estratégia só resulta pelo grande apoio das tropas australianas aos manifestantes pró-golpistas no terreno. Recordemos que a paralisia parcial aconteceu com a entrada das tropas australianas - está nos registos mundiais, que os media internacionais testemunharam e deram a conhecer ao mundo.
No meio de tudo isto fica o presidente Xanana - numa encruzilhada da tal "guerra da esperteza" ganha como afirmou perante os seus manifestantes.

Actualização:
Receita tradicional aplicável ao 3º mundo, em caso de PREC


* Numa acção concertada Paul Wolfowitz, o judeu ideólogo da tomada de Poder pelos Neocons nos EUA, hoje à frente do Banco Mundial, escreveu no Público, um artigo onde, depois da habitual lenga-lenga sobre "democracia", ameaçou concluindo que "a abordagem unida em prol da paz e da recuperação pode não voltar a surgir".

* Baseado nas declarações de um manhoso ex-guerrilheiro, Vicente "Railós", visto na varanda com Xanana "Karzai" Gusmão, o "Público" assevera que o ex-ministro da Defesa Rogério Lobato, "está em prisão domiciliária e está sujeito a uma pena de 15 anos de cadeia se acaso se confirmar a acusação". Fica dito, mesmo antes que exista qualquer investigação ou matéria provada para julgamento - os Media subsituem os Tribunais, julgando de facto quem acham que estorva a prossecução dos interesses dos patrões da Imprensa&AssociadosPoliticos, SA.
* para concluir a Santissima Trindade:
A Igreja abençoou a demissão de Alkatiri, mandando celebrar uma missa onde um coro cantou o "Vem com Alegria", como corolário do seu já longo rol (leva mais de um ano) de acções para denegrir o agora ex-1º ministro com o rótulo de "comunista".

* "Timor Leste: Uma Nova Guerra Fria" por Maryann Keady:
"Há três anos, escrevi uma peça sobre as tentativas de correr com o PM Mari Alkatiri em Timor Leste, então uma nova nação independente que porfiava. Escrevi que acreditava que os USA e a Austrália estavam determinados a correr com o líder timorense, devido à sua posição dura sobre o petróleo e o gás, a sua determinação em não aceitar empréstimos internacionais, e o desejo deles de verem tomar o poder o Presidente Xanana Gusmão, amigo da Austrália".
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* "Timor Leste, o golpe que o mundo não percebeu", por John Pilger:
"No meu filme de 1994, A morte de uma nação (Death of a Nation) há uma cena a bordo de um avião a voar entre o norte da Austrália e a ilha de Timor. Decorre uma festa; dois homens engravatados estão a brindar-se com champanhe. "Isto é um momento histórico único", exulta Gareth Evans, ministro das Relações Exteriores da Austrália, "um momento histórico verdadeiramente único". Ele e o seu homólogo indonésio, Ali Alatas, estavam a celebrar a assinatura do Tratado do Estreito de Timor (Timor Gap Treaty), o qual permitiria à Austrália explorar as reservas de gás e petróleo no fundo do mar de Timor Leste. O prémio supremo, como disse Evans, eram "zilhões" de dólares"
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