Pesquisar neste blogue

segunda-feira, julho 17, 2006

Já repararam no silêncio do Governo Português perante o genocidio que começou a ser levado a cabo em Gaza, e ameaça alastrar a todo o Médio Oriente?

valeu-vos de muito o acto de terem ido votar







Os Senhores da Guerra

o CSP, um grupo militarista na sombra do poderio norte-americano - Episódio 5 (Conclusão) – a Tomada do Poder

Desde a designação de George W. Bush (o filho de G.Herbert Bush) como presidente dos Estados Unidos pelo Supremo Tribunal na sequência das “eleições” do ano 2000, o CSP não parou de marcar pontos: nomeações de Donald Rumsfeld para a Secretaria da Defesa, de Paul Wolfowitz e Douglas Feith para seus adjuntos, de Richard Perle para a presidência do Conselho Consultivo e Político de Defesa; nomeação de John Bolton para secretário de Estado Adjunto para o Desarmamento, de forma a fazer “marcação à zona” ao demasiado independente Colin Powell; nomeação de Zalmay Khalizad como responsável pela política americana para o Afeganistão; publicação pelo Departamento de Defesa de um relatório, do tipo chave-na-mão, sobre a ameça militar chinesa; denúnica unilateral do tratado ABM; aumento em mais de 40% dos orçamentos militares; criação de um embrião de arma espacial; votação da USA Patriot Act; criação do Conselho Nacional de Segurança Interna; rediscussão no Médio Oriente do processo de paz de Oslo: questionamento do regime de Saddam Hussein no Iraque; etc.
Durante estes últimos anos, o CSP teve de resto o cuidado de alargar as suas ligações na sociedade civil criando ou apoiando toda uma nebulosa de associações: o Instituto de Washington para a Política do Próximo Oriente (Washington Institute for Near East Policy – WINEP), o Instituto de Media e Investigaçãodo Médio Oriente( Middle East Media e Research Institute – MEMRI), o Instituto de Investigação sobre a Política Externa ( Foreign Policy Research Institute – FPRI) e, ultimamente, a Fundação para a Defesa das Democracias (Foundation for Defense of Democracies – FDD). As campanhas do CSP e dos seus satélites encontram um grande eco no Weekly Standard de William Kristol no Jerusalem Post de Richard Perle e no Washington Times de Arnaud de Borchgrave, bem como nos editoriais de Charles Krauthammer para o Washington Post.

Os tempos mudam, mas as práticas continuam as mesmas. Após o 11 de Setembro, as associações e os jornais ligados ao CSP levaram a cabo uma campanha de difamação da CIA. A agencia de Langley foi declarada culpada de grave desmazelo ao subestimar o perigo islamico, exactamente da mesma forma como vinte e dois anos antes o CPD a acusava de subestimar a ameaça soviética. Na base deste psicodrama nacional, o código deontológico da CIA foi ultrapassado, os antigos quadros que William Clinton enviara para a reforma antecipada foram novamente chamados, e o presidente George W. Bush aprovou um plano de acções secretas em sessenta e oito Estados. A teoria da Guerra das Civilizações, elaborada por Samuel Huntington, substituiu a vulgata anti-soviética primária da Guerra Fria. O Eixo do Mal encarnado na figura do islamista-de-cutelo-faca-entre-os-dentes. Para convencer a opinião pública interna, a stay-behind retomou as suas antigas práticas de manipulação. Donald Rumesfeld chegou mesmo a criar um Gabinete para a Infuencia Estrategica (Office for the Strategic Influence – OSI) com a missão de intoxicar a imprensa norte-americana e de convencer a opinião pública da necessidade de uma cruzada do mundo judaico-cristão contra o mundo árabe-muçulmano. Todos estes elementos contribuíram para forjar um consenso tal que a maior parte das exigencias do CSP foram satisfeitas, tanto em termos e orçamento como de estratégica.

Em Novembro de 2001, o CSP atribuiu o seu prémio anual para os “Guardiões da Chama” (Keepers of the Flame) ao antigo director da CIA, e depois secretário da Defesa James R. Schlessinger. O prémio foi-lhe entregue por Donald Rumsfeld, que lhe sucedera no Pentágono aquando do “Massacre do Halloween”. Estavam lá todos: John Bolton, Paul Wolfowitz, Zamay Khalizad, Douglas Feith, James Woolsey, etc. Na sua alocução de abertura, o presidente de associação, Frank Gaffney, permitiu-se uma confidencia: “Foram-nos precisos treze anos para conseguirmos chegar onde chegámos, mas aqui estamos”. Maneira elegante de afirmar que todos eles haviam ocupado o poder com Ronald Reagan, que haviam sido depois marginalizados durante a presidência de George H. Bush e afastados durante a presidência de William Clinton, mas que por fim se haviam novamente apoderado dele, não por designação de George W., mas em resultado dos atentados do 11 de Setembro de 2001.

Sem comentários: