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terça-feira, julho 17, 2007

Uma sociedade racista, desumana e escandalosamente desigual

Na sequência da Marcha sobre Washington e do inesquecível discurso "I Have a Dream", o presidente John Kennedy, apostado em abolir as abjectas “Jim Crow Laws”, uma herança sulista que consagrava a segregação dos negros no acesso ao ensino, ao emprego e à habitação, apresentou um projecto de lei ao Congresso em Junho de 1963. A proposta demorou mais de um ano a ser negociada entre “democratas” e “republicanos” sendo o seu âmbito alargado à emancipação de outras minorias, instaurando por exemplo apenas nessa época, que as mulheres deviam ter também os mesmos direitos e oportunidades que os homens. Entretanto Kennedy foi assassinado. Na cerimónia de assinatura do “Civil Rights Act”, presidida por Lyndon B. Johnson (que o jornal Público capciosamente afirma ter sido eleito) estava a maior figura do movimento pelos direitos cívicos, Martin Luther King, que meses depois seria galardoado com o Prémio Nobel da Paz – e quatro anos mais tarde abatido a tiro. Entrava-se na Era em que a segregação racial apenas podia continuar a ser levada a cabo pela via económica. Fez agora 43 anos

“o Zé Povinho em última análise é tão esperto como os carneiros... Presentemente uma das maneiras de manter esses carneiros dentro da cerca é electrificá-la. Desde que apanhem choques meia dúzia de vezes, desistem de querer saltar a cerca”
Trent Lott, Senador Republicano pelo Mississipi, opinando, em 2007, sobre como se deve lidar com a imigração ilegal na fronteira com o México, (citado na TimeMagazine)

The Politics of Immigration

“Precisamos desesperadamente de descartar a informação falsa sobre os imigrantes, de os vermos conforme nos vemos a nós próprios, com honestidade e compreensão. Este livro dá um significado poderoso ao slogan “Nenhum Ser Humano é Ilegal”. Espero que seja amplamente lido”
Howard Zinn, autor da “História (alternativa) do Povo dos Estados Unidos”

- Jovem, Preto, Pobre e condenado à morte por assalto que acabou em homicidio – a família do assassino não se conforma com a sentença - os famíliares das vítimas não se conformam com a desdita dos parentes mortos. Entre altercações, os juízes e jurados demoraram quatro horas até conseguirem ler o veredicto – e sabem quem, de entre os 4% dos soberbamente ricos, se vai safando destas dramáticas peixeiradas que decorrem da luta de classes pela sobrevivência na América?
- Branco, bem instalado na vida, Rico, empresário condenado ao sucesso: Paul Allen, na sua super- fabulosa fortaleza flutuante, onde podem atracar iates e helicópteros, e onde emprega mais de 600 criados- funcionários



















Os entertainers da sociedade do espectáculo em geral também não estão mal de todo, particularmente p/e John Travolta com a sua mansão e diversos jactos privados, entre eles um boeing comercial para transporte do staff e amigos.

“A média é de quase um cada dois dias, segundo a Cruz Vermelha. Os migrantes da América Central que viajam em comboios de mercadorias atravessando o estado de Chiapas em direcção à fronteira, perdem braços, pernas, mãos ou pés. Fora os que morrem logo, quando são cortados ao meio ou decapitados”






Sónia Nazario, uma jornalista do “Los Angeles Times”, em “A Odisseia de Henrique” (Edit Guerra e Paz) descreve as lancinantes histórias dos migrantes mutilados por “El Tren Devorador”, ex-aquo com as dos meninos que procuram as mães que abandonando-os, fugiram, em busca do progresso

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