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sexta-feira, agosto 01, 2008

a Morte Progressiva

Honra e Poder ao grande Bonzo reaccionário.

Quando toda a gente pensou que sua excelência iria anunciar a falência do Banco de Portugal ou o voto em referendo ao fraudulento "tratado de lisboa", a abrupta comunicação às salsas brisas marítimas resumiu-se a cercear a autonomia progressiva de uma região especifica – aquela que, dentro da degradação do sistema, ainda conserva alguns resquícios do “socialismo à lá Soares”

Slaves
Hebrews born to serve, to the Pharaoh
Heed
To his every word, live in fear
Faith
Of the unknown one, the deliverer
Wait
Something must be done, four hundred years
So let it be written
So let it be done
I'm sent here by the chosen one (…)

Esta lírica, inspirada nas sete pragas descritas na Bíblia foi criada pelos Metallica, bem mais curtidos que os cotas bem instalados na vida. Cliff Burton, o baixista que já bateu a bota, quando viu o filme “Os 10 Mandamentos” do judeu Cecil B. deMille protagonizado pelo director da “National Riffle Association”, exclamou “Uau! estes gajos vão estando progressivamente mortos”.

Estagnação Progressiva

ainda não é a morte, mas curiosamente explica perfeitamente a situação político- económica actual. Como se disse, é sempre a mesma cena interpretada de diferentes maneiras embora se represente com outros actores noutros palcos. Ressuscitemos então a história:
“Concerteza virá, mais tarde ou mais cedo, uma reviravolta genuina: as fases do ciclo de negócios seguem-se umas às outras com a mesma regularidade com que mudam as fases da lua. Mas que género de recuperação virá aí? Há vinte anos atrás (1938), o professor americano Alvin Hansen de Harvard, um economista keynesiano de vanguarda, publicou um livro intitulado “Retoma Completa ou Estagnação?” (Full Revovery or Estagnation?) e a questão é tão pertinente agora como o era então.
Pelas mais variadas razões, que têm vindo a ser expostas nestas páginas, a resposta a esta questão depende largamente do curso provável do investimento privado. A níveis de pleno emprego, a economia de monopólio capitalista gera enormes lucros, que deverão ser investidos em larga margem tendo em vista o prosseguimento da obtenção de lucros.
Contudo, as actuais decisões acerca de quanto deve ser investido são feitas por milhares de empresas privadas individuais, não como num sistema como um todo. Se esses actores decidirem reduzir a taxa de investimento, o nivel de actividade económica deverá abrandar, o desemprego aparecerá e os lucros serão reduzidos, até que a quantidade disponível para investimentos seja reduzida até ao minimo da procura nos armazens de produtos mais imprescindíveis.
Nós ouvimos por estes dias grandes tiradas sobre a “inflação progressiva” e a morte progressiva da esquerda e do socialismo. A receita é velha, como aquela onde se recorreu a mencionar apenas um evento para uma nova aventura militar na Coreia. Ultimamente, desafortunadamente, ainda não se expressou nada de concreto para além da imaginação da classe dominante. O problema real que assola o país é de um género diferente, porém muito familiar para nós atendendo à experiência da “grande recessão” de 1930. O problema pode ser apropriadamente chamado de “estagnação progressiva”

Inflação e Deflação em simultâneo

Do Resistir: “A situação económica é, provavelmente, inédita. Não há memória de manifestações de inflação e de deflação em simultâneo . Por um lado, sobem os preços do petróleo e dos alimentos (mesmo sem considerar a desvalorização acelerada do dólar americano). Por outro, verifica-se uma queda nos valores dos bens imóveis, de muitas empresas industriais (se fossem vendidas hoje já não valeriam o mesmo que há um ano atrás) e obviamente das bolhas nos mercados de acções e outros títulos. Mais: o fenómeno tem um carácter mais ou menos generalizado entre os países da OCDE.
O capitalismo pode conviver muito bem com a inflação. As advertências frequentes que os banqueiros fazem contra a inflação não passa de conversa destinada ao grande público. Mas daquilo que realmente os preocupa eles nunca falam: é a deflação. A deflação introduz um risco sistémico. Empréstimos efectuados tendo como base uma garantia colateral de um determinado valor tornam-se menos seguros. Se o montante em dívida ultrapassar o valor depreciado da garantia, o tomador será tentado a abandonar a sua obrigação contratual. Tudo isso indica que o mundo está a entrar em águas ignotas. Há um grande trabalho de investigação a fazer”
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