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quarta-feira, outubro 29, 2008

o Mundo Segundo a Monsanto












O embaixador de Israel em Lisboa, Aaron “Ram” Simplat não percebe porquê. Mas, neste, como em tantos outros casos de judeus infames, desde o campo da Alta Finança ao da Indústria Politico Militar, podemos ter mais um orgulhoso engulho em algo que leva um portuguessímo nome na origem: a família Monsanto, os irmãos Benjamim, Isaac, Leonor, Graça e Manuel Jacob, judeus “originários” (depois de serem expulsos de Espanha), da aldeia da nossa Beira Baixa, que se tornaram gente de sucesso após emigrarem para os Estados Unidos no século XVII onde prosperaram no tráfico comercial de escravos africanos adquirindo grandes áreas de plantações em vastas áreas onde são hoje o Estado de Louisiana e a agora “próspera” New Orleans. A história do êxito ganha aura de romance côr-se-rosa digno de figurar na campanha de marketing de Obama, quando na geração seguinte o filho de Isaac Rodrigues de Monsanto - Manuel Jacob Monsanto se apaixonou por uma escrava negra “Maimi” William da plantação de Manchac e a família se mestiçou por um lado e se anglofizou por outro. Iremos encontrar a família Monsanto um pouco mais à frente no tempo. Mais precisamente no Doc Lisboa 2008.

O Mundo segundo a Monsanto(The World According to Monsanto) co-produção França, Canadá, Alemanha, 2008

(pode ver a versão integral do filme 1h.48min.57seg. aqui)

a Monsanto tornou-se a maior multinacional global no ramo dos OGM (Organismos Geneticamente Transformados, ou Transgênicos). Este documentário de Marie-Monique Robin reconstitui a ascensão de um verdadeiro império económico através de documentos, dos testemunhos das vítimas, políticos e cientistas, revelando as estratégias obscuras desta empresa criminosa para mudar a seu favor a legislação nos Estados Unidos de acordo com as conveniências do fabrico (objectivo plenamente atingido quando Bill Clinton nomeou um homem da Monsanto, James Maryanski, para director da FDA, a Food and Drugs Administration”) – o que tem permitido camuflar a verdade sobre os efeitos dos transgénicos nos seres humanos – desviando as discussões para aspectos técnicos pseudo-científicos; manobrando um batalhão de advogados que trata dos procedimentos legais camuflando os efeitos nocivos da sua actividade.

Embora vá prevalecendo a ideia geral que a Monsanto, cujo lema é Alimentos- Saúde- Esperança, é uma multinacional da agricultura intensiva destinada ao ramo alimentar,

na verdade a empresa fundou-se na indústria química (em 1901 na Monsanto Chemical Works) evoluindo posteriormente para o campo dos pesticidas (em 1975 com o Roundup Ready,o veneno fertilizante mais vendido no mundo) e mais recentemente da biotecnologia (data de 1972 a primeira combinação do DNA de uma planta com uma bactéria). Como quase tudo já foi dito sobre a Monsanto Corporation, fica aqui apenas a cronologia da sua história moderna.

1917 – a Monsanto começa a fabricar a “Aspirina” e em 1929 cria a oportunidade para entrar na indústria química pesada
1935 – compra a Swann Chemical Co. em Anniston e começa a fabricar e vender os famigerados PCB,s (banidos do mercado interno em 1977)
1949 – um grave acidente nas instalações contamina muitos trabalhadores, famílias e residentes na áea expondo-os a dioxinas que lhes causaram danos irreversíveis.
1955 – Adquire a “Lion`s Oil” e começa a produzir fertilizantes petroquímicos.
1959 – Cria o herbicida Lasso, um desfolhante químico conhecido mais familiarmente como “Agente Laranja”, que haveria de ser vendido ao Exército Americano e usado de forma massiva para desflorestar as plantações agrícolas das populações e da guerrilha do Vietname entre 1962 e 1972.
1980 – a Monsanto cria a Hormona de Crescimento Rápido em Bovinos (conhecida como RBST - Recombinant Bovine Somatotrophin Grouth Hormone)
1989 - o Dr. Samuel Epstein torna público que a BST está a ser usada nas explorações pecuárias e que este quimico é susceptivel de provocar o cancro. Os animais são injectados e no dia seguinte ao abate verifica-se que o peso por que foram vendidos baixa para metade. A carne desfez-se em água; os compradores caíram num conto do vigário, muito útil para a filosofia do mercado livre – visto em conjunto com os processos de alimentação geneticamente alterados que provocaram a doença das vacas loucas.
1990 – a Greenpeace publica o relatório “Ciência para Venda” (Science for Sale) onde acusa os investigadores e cientistas da Monsanto de manipularem os resultados de estudos que confirmam que as Dioxinas provocam o cancro em humanos.
1991 – Michael Taylor, um ex-advogado da Monsanto é nomeado pelo lobie gerido pelo vice presidente George H.Bush para nº2 da FDA, o organismo que supervisa e legaliza todos os produtos de consumo no ramo alimentar.
1993 – a FDA aprova o uso da marca “Posilac, o nome comercial da Hormona de Crescimento em Bovinos. O leite alterado através de engenharia genética é o primeiro produto oficialmente aprovado para consumo humano.

1993 – Regista a patente da Soja geneticamente alterada para resistir ao herbicida RoundUp e inicia procedimentos legais contra agricultores que usam produtos tradicionais similares.
1996 – a Monsanto torna-se o maior contribuinte liquido em fundos para a campanha de reeleição de Bill Clinton – o que valeu à empresa uma citação no discurso do Estado-da-Nação do presidente em 4 de Fevereiro de 1997. Um sucesso de marketing! e o posterior controlo da FDA.
1996 – a Monsanto é considerada culpada num tribunal de New York devido a publicidade enganosa no caso da afirmação que o herbicida RoundUp é um produto biodegradável.
1999 – após grandes pressões internacionais, e de serem banidas pela ONU, a Monsanto decide retirar de comercialização as sementes “Terminator”, que tornam as novas sementes estéreis após as colheitas, obrigando milhões de agricultores a comprar outras.
2003 – a “Solutia”, uma subsidiária da Monsanto declara falência após prejuízos resultantes de vários casos de acusação de poluição ambiental
2007 – a Monsanto é condenada em França pelas campanhas de marketing sobre o uso do RoundUp como sendo biodegradável.
2008 – Debaixo do protesto de associações de consumidores, a Monsanto decide retirar do mercado o Posilac, o produto altamente controverso que está na origem das alterações introduzidas no leite, causa, quando usado especulativamente em excesso, dos recentes envenenamentos alimentares
(continua)

1 comentário:

Anónimo disse...

la españa de zapatero nos pide que presionemos a bruselas a favor de los transgénicos