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sexta-feira, junho 12, 2009

“Nuremberga, a Última Batalha”, de David Irving

(continuação) - recenção do livro.


Decisões a Alto Nível

Á medida que a derrota da Alemanha se tornava mais óbvia, os lideres dos Aliados começaram a discutir mais especificamente como lidar com a nação conquistada e as suas lideranças. O presidente Roosevelt, o primeiro ministro Churchill e o lider José Estaline prontamente concordaram que os lideres alemães mais proeminentes deviam ser executados e que a própria Alemanha devia ser neutralizada industrialmente de tal modo que nunca mais pudesse voltar de novo a ser uma grande potência na Europa, tanto económica como militarmente. “Somos levados a entender esta Alemanha” disse Roosevelt, “e com isto quero dizer o povo Alemão, não apenas os Nazis. Temos inclusivamente de considerar castrar o povo alemão ou teremos de certo modo de novo a ameaça de se reproduzirem pessoas que queiram continuar no mesmo caminho que percorreram no passado”

Porque os Aliados já tinham começado a publicitar os lideres alemães como criminosos, as discussões centraram-se no modo como estes seriam executados, de imediato ou depois de uma qualquer espécie de julgamento público. Roosevelt e Churchill inicialmente preferiam simplesmente balear a maior parte dos lideres militares e politicos alemães à medida que fossem sendo encontrados ou se rendessem. (O que aconteceu com o Duce italiano Benito Mussolini, que foi simplesmente assassinado com o seu Estado Maior). Foi Estaline quem, tendo bem presente o sucesso que havia sido destruir os rivais com o auxílio de elaborados julgamentos-espectáculo, insistiu que os lideres Alemães deveriam ser levados a julgamento. Roosevelt e Churchill alinharam com a ideia. Considerando a adulação concertada nos Julgamentos de Nuremberga por muita gente nos Estados Unidos e Grã-Bretanha, torna-se estranho que talvez eles nunca tivessem existido se não houvesse insistência do agora chamado “ditador soviético”

Sem surpresas, os oficiais soviéticos não tinham ilusões acerca da verdadeira natureza e propósitos dos procedimentos que conduziram a Nuremberga. O juiz soviético , Iona T. Nikitchenko, candidamente resumiu o seu ponto de vista sobre os preparativos: “Nós estamos a lidar aqui com chefes criminosos de guerra que já estão condenados, e cuja condenação já foi anunciada por todos os responsáveis dos governos”. Argumentou com a “ficção” que o Tribunal era objectivo, explicando que o trabalho dos juizes seria meramente o de decidir a punição apropriada, e os procuradores deveriam simplesmente assessorar os juizes.

Estatuto Duplo

Como David Irving mostra, os Aliados, vitoriosos, que concordaram nos julgamentos de Nuremberga eram todos culpados de muitas das mesmas acções criminosas pelas quais agora julgavam (e enforcavam) os réus alemães. Na verdade, os Aliados muito provavelmente tinham excedido os Alemães em crimes e atrocidades cometidas.
Irving cita, por exemplo, os bombardeamentos britânico- americanos de Dresden, Hamburgo e outras cidades alemãs, que mataram centenas de milhar de civis de cada vez, “a limpeza étnica” que foi a expulsão em massa de civis alemães do Leste e da Europa Central, dos quais um número aproximado de 2 milhões morreram ou foram abatidos, as práticas habituais de abater prisioneiros alemães a tiro, e o uso pelos Aliados de centenas de milhar de prisioneiros como trabalhadores escravos. Também são citados incidentes menos conhecidos como o abate pela aviação Britânica nos dias finais da guerra e um navio de refugiados claramente identificado com a Cruz Vermelha da Alemanha, o “Cap Arcona”, matando 7.300 refugiados, a maioria mulheres e crianças.

Na Conferência de Yalta em Fevereiro de 1945, Roosevelt, Churchill e Estaline concordaram em usar milhões de soldados capturados e civis alemães para trabalho escravizado na Rússia, França e Bélgica como “reparação em género” parcial pelos danos causados. O procurador Jackon ficou chocado ao saber que os Soviéticos pretendiam 5 milhões e a França 2 milhões desses trabalhadores forçados. (Nenhum balanço final foi feito do número de deportados para a URSS com este propósito, ou sequer do número daqueles que eventualmente alguma vez tivessem regressado). O presidente Roosevelt incentivou esta politica, a qual era uma violação flagrante da legislação internacional, preocupado apenas acerca da possibilidade do impacto negativo na opinião pública pelos prospectos oriundos dos que vinham da frente de regresso a casa.

Nalguns casos, os réus de Nuremberga foram acusados e carregaram com culpas de crimes que actualmente são atribuidos como cometidos pelos Aliados. Um dos mais notórios talvez seja o massacre de Katyn e noutros lugares da Polónia onde foram assassinados entre 11 a 15 mil oficiais polacos e intelectuais. Em Nuremberga os acusadores soviéticos esforçaram-se por apresentar provas persuasivas acusando a Alemanha da responsabilidade por este crime, e muitos alemães que os Tribunais russos acusaram como culpados destas mortes foram enforcados publicamente em Estalinegrado. Só décadas depois os oficiais soviéticos tiveram conhecimento formal que o massacre havia sido efectuado pela policia secreta soviética, actuando directamente às ordens de Estaline.

Premeditadamente, os Aliados exploraram enormemente o Tribunal com propósitos propagandísticos. Como relata Irving, os norte americanos forçaram os réus a ver os filmes caseiros montados na América onde se mostravam as atrocidades dos Alemães, que de forma surpreendente para os espectadores incluiam cenas com corpos filmados no final dos bombardeamentos pelos Aliados de cidades e fábricas alemãs. Alguns dos presentes ficavam espantados, e houve até um ex trabalhador da fábrica Messerschmitt que se reconheceu a si próprio no filme
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