Pesquisar neste blogue

terça-feira, julho 14, 2009

ArnoldBucks & California Dream

Do sonho de Estado paradisíaco onde brilha o Sol (segundo Cavaco Silva, que jurou conduzir Portugal ao mesmo destino) até ao Estado falido do subprime

Nas últimas danças da saga do endividamento, o Citigroup, o Wells Fargo e o J.P.Morgan Chase receberam ajudas de 25 mil milhões de dólares, cada um, provenientes dos contribuintes. Todos eles e por fim o Bank of America, que recebeu 15 mil milhões, recusaram agora ao Estado da Califórnia o financiamento requerido para enfrentar a maré até ao próximo mês de Outubro. Há Crise no espectáculo politico. E pronto, como previsivel, “O Governator" (ver o vídeo)deixou de poder pagar as contas do Estado a que preside.

Depois do imobiliário, da banca, das seguradoras, dos elos mais fracos perante o endividamento como a Islândia e os Estados párias, eis o primeiro caso de falência num Estado do centro capitalista.
A Califórnia declarou o estado de emergência fiscal, atrasou as devoluções de impostos 30 dias, (até ver), e como as notas de dólar (“bucks” na gíria yankee) têm tido como destino as ajudas aos bancos, declarou que vai passar a pagar salários a funcionários e contas correntes com papéis impressos pelo Estado, (como as nossas bem mais que conhecidas e protestadas letras comerciais) – os “IOU” (I-Owe-yoU, traduzido livremente, “Eu Tenho-te a Ti”, o Estado :-) e recebê-los deve ser actualmente a melhor maneira de aspirar garantir que alguma vez o dinheiro possa ser recebido.

Efectivamente a Califórnia, por si só a 8ª economia do mundo, (que representa 12 por cento do total da economia e o Estado de maior nível de consumo nos EUA) enfrenta um défice de 42 biliões de dólares e precisa para pagamentos em dinheiro a curto prazo de 24 biliões. As receitas fiscais no último ano caíram 13 por cento dos 89 milhões do orçamento geral previsto para 2008, e agora o grande herói republicano Arnold Schwarzenegger não terá outra forma de gerir a bancarrota senão fazer as malas e sair de bazooka às costas pela porta das traseiras como se não fosse nada com ele. (À nossa escala caseira, é um belo exemplo de pedro-santana-lopismo).

"A crise nacional por ora obnubilada pelo contexto internacional, vai ressurgir e, porventura, ressurgir de forma agravada"
Luís Campos e Cunha, em "O Pós-Crise", no "Público"
.

Sem comentários: