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sábado, dezembro 05, 2009

O uso criminoso da Água

Há um ano, nos tradicionais balanços de fim de ano (The Economist, Dez, 2008), o presidente da Nestlé, Peter Brabeck-Letmathe, uma das empresas multinacionais de topo na exploração dos recursos naturais do planeta, deixou o aviso: “ Estou convencido que, nas condições actuais e da forma como a água tem sido gerida, ficaremos mais rapidamente sem água do que sem petróleo” – e continuou: “existem soluções para evitar a seca, que começam na politica, por exemplo, terminar os subsídios à produção de biocombustiveis (…) São necessários 9100 litros de água para produzir soja para um litro de biodiesel, e cerca de 4000 litros para produzir milho para o bioetanol (...)

Disse bem – de facto tudo começa por decisões politicas. Atente-se entretanto na politica de gestão definida pela Empresa Pública de Águas de Lisboa (EPAL). A companhia monopolista da gestão da água na região de Lisboa resolve consertar um acordo com a multimilionária empresa estatal israelita Mekorot Water Company, uma parceria insólita que só pode ter motivações politicas obscuras escondidas por detrás da decisão; isto num momento em que por todo o mundo se apela ao boicote das empresas de Israel atendendo àquilo que se passa na Palestina. A parceria mereceu a crítica de uma jovem estagiária da EPAL que escreveu a partir da rede interna da empresa o seguinte email: “Enquanto os israelitas vivem cada vez melhor devido, entre outras coisas, a associações com a competência técnica e excelência de trabalho como a EPAL, os palestinianos são privados do acesso à água, segundo fonte da Amnistia Internacional”. A estagiária, quadro técnico superior, foi de imediato dispensada de serviço e a sua fotografia exposta em todas as portarias da empresa com a indicação expressa de estar terminantemente proibida a entrada a esta pessoa (para ler aqui no DN)
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