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sexta-feira, janeiro 29, 2010

Estado da Nação do lado de lá do Atlântico

Discurso de Aceitação do Prémio Nobel da Paz
(Actualizado)




No discurso do Estado da União, (que se poderia perfeitamente intitular Guerra ao Povo) recitado ritualmente por Obama na última quarta-feira, o prato forte foi atacar o défice dos EUA que actualmente se situa em 1.400.000 mil milhões de dólares (aprox. 1.000.000 mil milhões de euros), para cuja resolução propôs o “congelamento dos gastos públicos durante os próximos três anos,, excepto no que diz respeito às Forças Armadas, Segurança Interna e “Assuntos Internacionais”. As guerras imperialistas do capital, claro. Congela-se tudo menos os orçamentos militares. Os gastos do Departamento de Defesa (com a globalização do Pentágono) supera este ano os 700.000 milhões de dólares, (era de cerca de 450.000 no primeiro mandato de Bush, 623.000 em 2008) ou seja 65% do total dos orçamentos armamentistas mundiais. (em Portugal o orçamento militar com operações no estrangeiro é assunto tabu – foi desafectado do OGE por Cavaco Silva; e a Assembleia da República não tem nada que se pronunciar sobre decisões de tão altas instâncias). Estamos em guerra diz Barack Obama. E então, em nome do combate contra o défice produzido essencialmente pela desaceleração económica nos pequenos e médios negócios privados e pelos astronómicos custos de salvação dos bancos e empresas de capitais públicos – tenta-se resolver o colapso recessivo ainda não superado, fazendo reverter as consequências indiscriminadamente sobre a própria população indefesa perante o ataque do seu próprio Estado.

Se estivéssemos a brincar, díriamos que os norte americanos estão tramados, porque Obama plagiou o discurso do nosso 1º ministro Sócrates, embora este não mande pevide em regular os imorais salários na nossa exorbitante plectora de Generais. Diz-se que o maior número de generais per capita na Europa. Tanto dinheiro desperdiçado para fazer de Portugal um Estado Vassalo.

Já todos sabíamos o que podíamos esperar com a união da direita: contenção salarial, reformas de miséria, precaridade, delapidação dos bens públicos em privatizações, o desemprego a aumentar (o que significa que também não haverá reactivação do consumo): 25% dos concelhos de fora da listagem do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento, o que trará menos investimento e pequenas obras nas autarquias (3 delas têm 300 euros de verba para este ano); aumento do orçamento para as grandes obras de regime em favor dos tubarões locais e multinacionais.
Segundo se consta a dívida externa portuguesa é de 13.780 mil milhões de euros. Estamos bem. No aplicar da divida portuguesa por cada cabeça dá 1.380 euros. (a pagar com juros cada vez mais altos). Aplicando a proporção aos norte americanos, eles sabem que agora devem 3.330 euros per capita. Obama mudou também radicalmente de discurso. Do famigerado “Sim, nós podemos” disse agora “Não, nós não desistimos”. Ora bolas, plagiou igualmente a famosa tirada de Cavaco Silva do “Não me conformo”. Mais conta menos conta ao que dizem estes cavalheiros, resta-nos apenas esperar para ver se a guerra lhes corre de feição. Hoje em Londres as famílias dos soldados abatidos nas guerras imperialistas manifestam-se em frente da Comissão de Inquérito para exigir que Tony Blair seja acusado como criminoso de guerra
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