Pesquisar neste blogue

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Orwell

A Revolução Espanhola ocupa um lugar-charneira na obra de George Orwell. A génese dos seus livros remonta à Catalunha, onde o escritor pela primeira vez apreendeu em profundidade, no decurso da contra-revolução, a prática sinistra da falsificação histórica cientemente organizada (do prefácio do livro da Antigona)

Recordando a Guerra Espanholaa propósito deste colóquio

“De uma maneira geral, a propaganda anti-comunista é exercida com vista a aterrorizar as pessoas com os (muito mais reais) pavores do Fascismo. Esta propaganda tenta alegar também – não explicitamente, mas por insinuação – que o fascismo nada tem a ver com o capitalismo. Que o fascismo é apenas uma espécie de perversidade absurda, uma aberração, um “sadismo de massas”, o género de coisas que aconteceriam se de repente se abrissem as portas dos manicómios a uma turbomultidão de loucos homicidas. Se apresentarmos o fascismo assim, poderemos mobilizar a opinião pública contra ele, pelo menos durante um certo tempo, sem com tal atitude suscitarmos qualquer movimento revolucionário. Ao fascismo pode assim opôr-se a democracia burguesa, ou seja, o capitalismo. Mas entretanto será necessário calar o impertinente que chama a atenção para o facto de fascismo e democracia burguesa serem uma única coisa. Primeiro irão chamar-lhe inventor de utopias e quimeras. Dir-lhe-ão que confunde os objectivos, que divide as forças anti-fascistas, que não é altura para se andar às voltas com palavreado revolucionário, que agora o que importa é lutarmos contra o fascismo, sem procurarmos saber com tanta exactidão em prol do que lutamos. Mas depois, caso ele não aceite calar-se, mudarão de tom, chamando-lhe traidor

Portugal enfrenta risco de “morte lenta”









as origens


Spínola e Soares no 1º governo provisório - A reacção começou no dia imediatamente a seguir ao 25 de Abril, senão antes - sob o espectro da ameça do comunismo a contra-revolução estava em marcha. Soares foi o garante do anti-comunismo ao serviço da modernização capitalista que serviu os interesses das potências ocidentais. Quando Spínola caiu fundou um movimento terrorista a partir de Espanha, que actuou principalmente na região norte a partir da Galiza. Isto anda tudo ligado, como naqueles filmes fantásticos onde os heróis hollywoodescos percorrem o espaço-tempo num ápice

Galiza, não por acaso, mas por via de tradições funestas - terra natal do Caudilho Francisco Franco Bahamonde (Ferrol, 1892) regente do Reino de Espanha desde a revolta anti-republicana até à pseudo causa mortis do regime fascista em 1975 - investido em líder do golpe reaccionário por José Sanjurjo y Sacanell um general conspirador que ostensivamente se auto-designou 1º Marquês do Riff e morreu no Estoril em visita à família real em 1936 - e do governador de extrema direita Fraga Iribarne que foi parte primordial na redacção da nova Constituição de transição para o “fascismo democrático”

3 comentários:

Anónimo disse...

este "homenagem à catalunha" não está no index vermelho?
é estranho servir-se de um dos mais fortes libelos acusatórios contra comunismo soviético para atacar os ....fascistas.

como diz orwell, guerra é paz


fr

xatoo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
xatoo disse...

a critica de Orwell ao sistema implantado na URSS (que não ajudou a frente republicana em Espanha como devia) foi feita pela esquerda da esquerda que sempre pensou que o "comunismo soviético" era vermelho"
nada mais que isso. É recorrente os conservadores simpatizantes do fascismo atacarem Orwell como anti-comunista e até por ser bufo, como António Figueira faz no 5Dias (seguir o link)