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sábado, fevereiro 06, 2010

as Escutas e o mercado dos Poderes

Nas decisões-opiniões da Procuradoria Geral da República e do Supremo Tribunal de Justiça sobre a pretensa investigação do caso José Sócrates-secretário-geral-do-PS e ArmandoVara-administrador-do-BCP «não se revelou qualquer facto, circunstância, conhecimento ou referência susceptíveis de ser entendidos e interpretados como indício ou sequer como sugestão de algum comportamento com valor para ser ponderado em dimensão de ilícito penal». E vai um: o Poder “independente” , que é o da Justiça.

Há outras concepções no caso Paulo Penedos-Armando Vara.

A Presidência da República desdramatiza a paisagem e faz o que lhe compete, isto é, fica encavacada como habitualmente no lamaçal não resolvido da célebre acção de enviar recados dos seus assessores para os jornais sobre "escutas" de que o próprio Cavaco estaria a ser alvo. E vai mais um: o 2º Poder “independente” que é o que em última instância preside ao Legislativo

(que no caso ratificou a legislação para que se proceda às escutas)

José Sócrates e a camarilha do PS que o rodeia fazem a sua fast-critica ao “jornalismo de buraco de fechadura” em nome da associação de malfeitores que pretende tomar de assalto o essencial da “comunicação social” e afastar vozes incómodas da concorrência politica. Em nome da gravidade da crise disfruta de um mecanismo de auto-desinfecção, apesar do já longo currículo de processos acumulados de suspeitas judiciais e (ainda?) não investigados. E vai mais outro: o 3º Poder “independente” que é o Executivo que cumpre “a vontade do povo” veiculada pela Assembleia da República.

Nos jornais e televisões, os funcionários dos meios de comunicação corporativos fazem o que lhes compete nas decisões dos patrões na função de vender exemplares angariando clientela, subsídios e

publicidade por forma a que se sustentem na sua periclitante situação. Vale tudo, em exorbitantes e febris acções como agentes de espionagem sobre os 3 orgãos dos 3 poderes "independentes”, facilitando recados, viciando informações, trabalhando opinião em função dos interesses eleitorais dos actores da partidocracia. E vai mais um: o 4º Poder “independente”

No final da cadeia alimentar da Corja, estão as vítimas onde os abutres debicam o repasto - a grande massa de cidadãos-consumidores que têm de engolir à força, acompanhando com uma boa dose de ingenuidade o alimento que lhes é escasso em perspicácia, o relato intensivo e dramatizado em chorrilho dos 4 poderes atrás mencionados. Não inferindo daí que existe uma agenda oculta onde todos os actores com visibilidade estão previamente concertados e que o que vemos “como real” tem pouca ou nenhuma relação com aquilo que de facto acontece. E vai o último hipotético 5º Poder onde face ao escândalo da trama contra a democracia, nunca mais acontece a revolta generalizada dos oprimidos. Meras demissões de "responsáveis" conservando as estruturas não chegam. Estejamos atentos.

As crianças reunidas no rochedo das Focas durante a tempestade;
as suas expressões denotam a aproximação de algo
ao mesmo tempo terrivel e maravilhoso
.
de "os Filhos de Lir" representação do conto da mitologia Celta.
John Duncan 1866-1945
.

1 comentário:

Manolo Heredia disse...

Se é porrada que querem, vamos pr’á porrada:
Vamos saber por que razão os jornalistas A e B se interessaram tanto pelo Free-Port e tão pouco pelo BPN, e porque razão os patrões deles costumam despedir jornalistas que publicam notícias incómodas e não consideraram as dezenas de notícias incriminadoras do PM do país deles, notícias incómodas.
Vamos também saber porque razão esses jornalistas valentes não procuraram informar os leitores acerca de um mistério tão em falta para desvendar: Quem vendeu as acções (não cotadas na Bolsa) ao PR e quem as comprou meses depois por menos de metade do preço.
Talvez se chegue à conclusão que quem está a condicionar os órgão de informação são uns gabirus cheios de papel, com a intenção de pressionar o Governo a dar-lhes mais privilégios.
Ou então são os outros gabirus do papel que querem cortar as vasas aos primeiros, para manter os privilégios.
O Povo não é chamado pr’aqui, para nada!