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quinta-feira, abril 29, 2010

O declínio da UE e de Portugal no mundo actual

O FMI acabou de divulgar as "Perspectivas da Economia Mundial: Reequilibrar o crescimento", onde apresenta

previsões até 2015
. Apesar da fragilidade dessas previsões elas revelam uma tendência clara de declínio da UE e de Portugal. Segundo o FMI, no período 1992-2001, a taxa anual de crescimento económico na Zona Euro foi de 2,1% e, em Portugal, de 2,9%. Mas a partir de 2001, certamente como consequência dos Pactos de Estabilidade, preocupados apenas com a redução do défice orçamental, a quebra no crescimento económico foi acentuada. Entre 2002 e 2009, a média das taxas anuais de crescimento na Zona do Euro baixou para 1%, e em Portugal para apenas 0,4%. As previsões do FMI para o período 2010 -2015 revelam que o declínio vai continuar, já que a média das taxas anuais de crescimento neste período será apenas 1,4% na Zona do Euro e de 0,8% em Portugal (quase metade). Se compararmos as taxas de crescimento económico previstas pelo FMI para o período 2010-2015 para a Zona do Euro (1,4%/ano) e para Portugal (0,8%/ano), com as previstas também pelo FMI para as "Economias Avançadas" (2,3%/ano) e para os EUA (2,7%/ano), conclui-se que os desequilíbrios mundiais vão-se acentuar. E isto porque as taxas de crescimento económico das "Economias avançadas" e dos EUA são quase o dobro das previstas para a Zona do Euro, e o triplo das previstas para Portugal. E isto já para não referir a China com taxas anuais de crescimento que se situam entre os 9% e os 10%. O declínio da U.E. e, com ela, de Portugal é evidente no mundo actual e vai continuar a um ritmo acelerado se persistir na mesma politica. (Eugénio Rosa, no Resistir)

pela 1ª vez na História a Europa não está no centro do mundo

Tal como aconteceu na bolha financeira asiática ao tecido produtivo do Japão em 1994, desta vez trata-se de ser a Europa a pagar a crise global. Portugal, tal como outra qualquer nação dependente de patrões, crédito, investimento e clientes, está equiparado a uma qualquer empresa multinacional cotada em Bolsa (que precisa de aumentar as vendas); Como na óptica neoliberal funciona mal (custos exagerados de gestão, taxas fiscais caninas aplicadas sobre o consumo e valores irrisórios para taxar sobre a produção) a empresa cada vez mais se desvaloriza. A crítica económica para resolver a crise não deve por isso ser dirigida aos poderes instituidos que sempre tiveram a liderança do processo. Para a saída da crise, na óptica dos trabalhadores, só será válida e eficaz a crítica à essência do capitalismo
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4 comentários:

Anónimo disse...

Caro Xatoo: Estive a ler agora todos os seus textos sobre a Crise Grega e Europeia. Bom trabalho. Por que não intervém mais nos outros blogues? Gostei da tese hoje inserta no seu comentário das 13.31, no Cinco Dias! Avanti, camarada! Niet

Diogo disse...

Xatoo,

Porque não tentas pensar de acordo com a actualidade? Todas essas previsões das FMIs e quejandos são merda. A tecnologia está a destruir o capitalismo. Ainda não percebeste?

Bilder disse...

Claro que o capitalismo está a ser destruido,e com o socialismo na gaveta o que é que podemos esperar?
Os agentes politicos defendem os seus senhores(financeiros globais)ao tentar salvar o sistema encurralando os povos do mundo!
As proprias alternativas anunciadas parecem ter sido sequestradas,onde estão os ditos foruns sociais?
Pois é,todos dependem do tal financiamento não é??Hummmmmm
Encruzilhada ou beco sem saída agora escolham se puderem!

xatoo disse...

o capitalismo não se auto-destrói, recicla-se. Temos em mãos um modelo de acumulação de capitalismo de Estado em que estes são dominados pela dívida externa. Mas há alternativas a isso, apesar da falência dos movimentos sociais aqui no Ocidente (e apenas no Ocidente). Cuba e a China só para citar dois exemplos óbvios não recorrem a esse tipo de capital financeiro imperialista. O capital que eles acumulam, mal ou bem, corresponde a capital resultante da soma de trabalho. E não de valores ficticios criados a partir do nada.
Mas as massas no Ocidente estão amorfas pela obesidade, estupidificadas, e não reagem à violência que os Estados fazem abater sobre elas
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