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quinta-feira, setembro 09, 2010

As classes sociais segundo o cavaquismo

Em discurso no quartel (1) das Operações Especiais de Lamego, (em inglês chamam-lhes “rangers”), Cavaco Silva apelou aos portugueses para que “deixem de lado as divisões – só com uma união de todos se conseguirá resolver os problemas
A “união de todos” é a União Nacional segundo Salazar ressuscitado , um revivalismo tão em moda desde que este cavalheiro ocupa a presidência da república.

Analise-se alguns números na economia que mede algumas diferenças entre os “nós todos”. A dívida do Estado português, segundo avisa o FMI “está sem espaço de manobra orçamental”. Para acudir ao défice, o BCE anunciou “o prolongamento dos empréstimos ilimitados”. A elite que faz a gestão destas coisas obtém esses empréstimos excepcionais à taxa de juro fixo de 1 por cento para os bancos (a emissão da dívida atingiu um volume recorde em Agosto). Será a salvação,,, mas de quem? Quanto paga em juros qualquer empréstimo de financiamento de um privado de uma pequena empresa que utiliza o capital na produção?

O diferencial dos juros sobre o endividamento (entre 1% do BCE e 6, 7 ou 8% na banca comercial.(2) é o estrume na alimentação da classe parasitária que gere os destinos de coesão social de "nós todos”(3). Reportando-nos apenas ao ano transacto, parte desse excedente de capital acumulado a partir do nada foi usado do seguinte modo:
- 450 milhões entregues pelo Estado à banca pelo aval dado ao BPP
- 4.200 milhões de euros gastos com o BPN
- 20 mil milhões disponibilizados para acudir aos banqueiros e especuladores

(1) Salazar, a mesma pose, o mesmo jeito no falar de Finanças e a mesma presença difusa da tropa como pano de fundo. A crise da 1ª República foi provocada pela desastrosa intervenção militar na 1ª Grande Guerra (o massacre premeditado na Flandres) com a justificação do direito à ocupação das Colónias. Se Cavaco Silva tivesse nascido nessa época não se enganaria nem teria dúvidas em tomar exactamente as mesmas medidas que o "Estado Novo" depois tomou.

(2) O “yeld” grego já atinge entre 11.85% (Público) e 13,53% (JornaldeNegócios)

(3) João Teixeira Lopes: “Existe hoje um inefável triângulo na vida portuguesa constituído por Cavaco Silva, PS e PSD. Daí o Presidente ter dito o óbvio: não há tensão, está tudo em paz. O Orçamento de Estado de 2011 (e o de 2012 e de 2013) já está traçado e tem um nome: PEC2. Nesta matriz, constam medidas, calendários e dotações. Tudo limpinho e rubricado por Sócrates, Passos Coelho e Cavaco Silva. O resto, convenhamos, são efervescentes inventonas de Verão” (Esquerda.net)
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1 comentário:

Anónimo disse...

Era ver a ferocidade desta gente para com as FA.Agora,q andam a polinizar os campos de papoilas no Afeganistão e, a dita constituição europeia outorga o direito das fa de intervirem no campo interno,já é uma democracia do caralho.
Papoilas,trazem liquidez(e, que liquidez)aos bankters e os generais andam metidos em 'negócios' com o dos submarinos e,quem sabe ,o q mais.
Ao menos o Fidel,cortou o mal pela raíz:paredão!!!!Não se admitem militares nas negociatas de droga e,ponto final:Na altura estive contra agora,vejo q teve razão.