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domingo, setembro 12, 2010

somos todos cidadãos-compinchas de pleno direito... mas espera aí que eu já te fodo

"O cinema é o espelho da vida", quem o diz é Manoel de Oliveira; diria mais, segundo o cânone de Hollywood os filmes são premonitórios, colocam-se na vanguarda do espectáculo e fazem jurisvisibilidade do modo de vida a inventar, isto é, para quem se recorda dos métodos do "polícia sem lei" de Herzog - e não é que o assalto policial por engano encenado no filme aconteceu algum tempo depois com Aiyana Jones? uma brigada de intervenção arrombou a porta de madrugada entrou cada adentro e disparou sobre o vulto no sofá ocupado pela criança, matando-a.

"Somos para os Deuses o que as Moscas são para os meninos malvados, matam-nos como desporto para seu gozo"
(Shakespeare, Rei Lear)

Tanto na caso de Aiyana, como da soldadesca que matava vítimas para se divertir, como no assalto sem escrúpulos dos GOE à casa de uma idosa, não se trata de casos únicos, isolados, mas sim de um método induzido pelas forças da paranóia securitária. Se assim é para a manipulação das imagens em movimento, que preparam os espectadores para uma outra ordem (cada vez mais violenta) no mundo, para as imagens fixas a outra senhora diz que "não pinta para melhorar o mundo", ("improve", disse ela) spin de funcionária da "arte" para quem a casa das figuras paradas é outra coisa, paga rechonchuda extraída ao património público.

Outra coisa ainda é a representação da vida em teatro, por exemplo na peça de Harold Pinter "A Nova Ordem Mundial": "como é que "nós" chegámos a esta sociedade tão grosseira, tão bestial, tão estúpida, tão descartável"? (nos Artistas Unidos)
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