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terça-feira, novembro 23, 2010

o Apelo à Greve

¿ Há quanto tempo a burguesia transnacional decretou o agravamento da “Crise”? Apenas desde 2008, quando implodiu a bolha bolsista no mercado mundial lançada sobre o imobiliário do centro capitalista?... ou, olhando mais atrás, quando Portugal aceitou o inicio do euro, lançado com pré-determinado propósito?, ou quando em 2002 o golpe neocon da “tanga” de Durão Barroso lançou o programa de desinvestimento público nacional? (seguido por Sócrates com o desmantelamento da Saúde e Educação). Tanto tempo e porquê não tinha sido ainda convocada uma greve geral?
Porque os sindicatos, onde ambas as centrais são dependentes do bem-estar do regime, seguem o programa de contenção proposto pelos responsáveis pelos lucros da Banca e das Empresas Multinacionais – exemplarmente sintetizado pelos patrões, como no caso de Belmiro Azevedo (o 2º homem mais rico de Portugal, com uma fortuna avaliada em 1,1 mil milhões de euros acumulada desde o 25 de Novembro) que teve a distinta lata de dizer (reproduzido pelas agências de comunicação oficiais): que

Numa altura em que há falta de emprego, as pessoas ainda têm uma série de exigências estranhas

Contra esta basófia-filosofia do patronato, os trabalhadores estão desarmados - ou resignam-se integralmente a aceitar a austeridade proposta pelo capitalismo, ou seguem o proposto pelos sindicatos (vermelhos ou amarelos) e lutam apenas por uma “repartição mais justa dos sacrifícios”. Porque, falar de sindicalismo em Portugal significa sobretudo falar de funcionalismo público, de assalariados do sector empresarial do Estado, ou da gama média-alta do empreendorismo nacional integrado na globalização (terciária e não sindicalizada), que se alimenta de lucros sobre as trocas desiguais com as periferias, dos jogos especulativos ou da pura pilhagem de recursos estrangeiros alheios. Greve?
Para a classe trabalhadora (e só é produtivo o operário que produz mais-valia para o capitalista), para os precários, imigrantes e artesãos por conta própria de pequenas empresas que trabalham para tornar rentável o Capital e dele dependem – já é demasiado elevado, ou quase impossível, o risco de fazer greve.

Imaginando a possibilidade de revolta sem que fosse pelo prisma do socialismo utópico (vulgo esquerda caviar), a Greve Geral só seria uma forma de luta actual se os trabalhadores se negassem por completo a trabalhar sem abandonarem o seu local de trabalho por tempo indeterminado, até que as suas exigências fossem satisfeitas. Mas no presente contexto, se tal força fosse demonstrada, nesse caso seriam os próprios sindicatos que temos a clamar pela policia para “repôr a ordem” e desbaratar os piquetes de greve. Contudo, nada mais se pretende que “mais uma memorável jornada de luta”. Apenas por 1 dia. No dia seguinte o Governo mete os sindicatos no bolso.

(o jornal da Sonae promete acompanhar o espectáculo online "minuto a minuto")
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