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terça-feira, outubro 11, 2011

Dizem que são uma forma de integrar o caloiro no ambiente

"há nas praxes uma noção de liderança tradicional e bacoca que temo se inculque na cabeça destes pobres jovens: a de mandar à toa, esmigalhando quem se tem à frente. Não vejo ali nenhum sinal de companheirismo ou autoridade. É o poder no seu estado puro e eles bem o mostram empinando o nariz e caminhando a passos largos à frente do bando de caloiros com que lidam" (Catarina Carvalho, directora executiva na Controliveste)

"Desde há duas semanas para cá tenho reparado num constante barulho alegre que vem da praça do Rossio. Em vez do borbulhar a lume brando da luta pela emancipação da humanidade, é do mais retrógrado fascismo que se abate sobre essa praça (e pelos os jardins, as ruas, os largos): a praxe. Pessoas fardadas a ordenarem outras fazerem flexões ou atirarem-se para um chafariz; pessoas pintadas com insultos e caixinhas (o curso não-sei-quê, o ano não-sei-quê…) como se fossem bestas; pessoas para quem o mundo é uma maçã que vai apodrecendo; pessoas que em vez de sonhar possíveis radiantes (mas eles nem sabem nem sonham…) preferem a reprodução arbitrária e balofa da merda que nos esgana a garganta; pessoas fechadas nas suas capas e os seus narizes empinados por uma bastante improvável ascensão de classe através do diploma; pessoas que preferem a hierarquia à amizade e o insulto ao conflito" (Russian Bill, "Ladrões de Gado")
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