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sábado, junho 30, 2012

Manifestação Pelo Direito ao Trabalho

30 Junho, 15 Horas, Largo do Camões



A taxa de desemprego juvenil ultrapassa os 30%. Para muitos jovens o futuro tem passado por regressar a casa dos pais. É uma geração que foi enganada. Todos sofrem com a derrocada do sistema, com a derrota, os crentes no capitalismo com este espanto a que começaram por chamar "crise financeira" mas que depois rapidamente derivou numa contra-reforma do modelo social europeu, esse pacto celebrado em nome de um capitalismo de rosto humano. Voltamos ao século XIX: a Europa abandona o debate sobre as 35 horas de trabalho para discutir jornadas de 65 horas semanais. A Europa pretende ser a China, mas, sem "crescimento" (do capital) quanto mais trabalha quem já trabalhava, menos acesso têm os novos para aceder ao mercado de trabalho. A "ameaça comunista" desapareceu. Já ninguém promete o paraíso do outro lado da cortina de ferro e o pensamento único impõe finalmente as suas normas de "progresso" (para os ricos) a uma sociedade paralisada, incapaz de reagir perante o abismo - porque assustada pelo medo de cair ainda mais para baixo. Todos sofremos esta perversa desconexão, entre as causas da crise e as suas consequências, não apenas os jovens. Porém, esta nova depressão tem afectado a fractura generacional que expulsa do sistema, até à miséria, essa juventude a que pomposamente chamaram "a geração mais bem preparada da história", mas que hoje vive de salários precários de 500 euros ou da caridade familiar. A nossa sociedade "argentiniza-se", pelo agravamento da desigualdade económica, em contraste com os êxitos desportivos dos paises do sul da Europa. 


relacionado:
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sexta-feira, junho 29, 2012

Como os partidos da Tróica manobram o tribunal constitucional

"Como já por diversas vezes o denunciámos – e não nos cansamos de repetir que o PCTP-MRPP foi o que o fez primeiro e sozinho – o tribunal constitucional nunca passou de um órgão que funcionou e funciona como uma extensão dos partidos políticos que detêm a maioria no parlamento e no governo. E que, no presente, o tribunal constitucional assume inequivocamente o papel de zelar pela constitucionalidade que interessa ao governo de traição nacional e, por conseguinte, à Tróica. Como é sabido, todas as medidas flagrantemente inconstitucionais de agravamento das condições de vida e empobrecimento dos trabalhadores que o governo vem tomando têm passado todas no tribunal constitucional, sob o alegado e provocatório argumento de que o equilíbrio das contas públicas (inclusive, portanto, o pagamento das trafulhices do BPN e outras) se sobrepõe a tudo..."
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quinta-feira, junho 28, 2012

Reformismo ou Revolução?

O anúncio de mais um pseudo congresso dos "socialistas" portugueses com a intenção de, mais uma vez, ludibriar as massas com a promessa de (mais) uma "alternativa de esquerda", colocando como figura de proa para lider da burguesia institucionalizada um ex-sindicalista desarmado frente ao patronato corporativo, cuja tarefa de uma vida se limitou a reivindicar meia-dúzia de cêntimos de aumento nos salários, sem nunca ter posto em causa a essência da verdadeira exploração capitalista. Tal facto, lembra-nos os ensinamentos de Rosa Luxemburgo quando afirmou que "os fundamentos teóricos exclusivamente reformistas privam o programa socialista da sua base material e tratam de lhe dar uma base meramente idealista". Desarmam assim a justa luta das classes assalariadas por uma revolução social que altere de facto a condição de escravatura a que estão submetidos os trabalhadores. Tal proposta lembra igualmente o que foi, é e será a génese da social democracia.

a Revolução Alemã (1918-19)

o Partido Social Democrata Independente Alemão (USPD) foi fundado na Conferência de Gotha em 1915, já em plena guerra e fruto da decomposição da social-democracia, face ao esforço de guerra angariado pela burguesia tentando mobilizar e conciliar as classes sociais a nivel nacional contra as outras potências capitalistas. Com a sua ausência de um programa definido, de um plano de acção que considere uma politica de classe consciente, com objectivos, com os seus compromissos evasivos com os governos, o USDP mostra bem que é um produto ocasional da guerra imperialista. Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo encabeçaram desde 1916 a ala esquerda do partido contra o reformismo (a Liga Espartaquista) integrados no seio do USPD. Na sequência dos acontecimentos que desencadearam a revolução de Berlim em Novembro de 1918 Liebknecht foi expulso do partido. Era vontade dos dirigentes do USPD entrar num governo de coligação “socialista” (apenas de nome) enquanto a maioria de militantes verdadeiramente socialistas se tivessem já pronunciado por uma politica claramente revolucionária. Era suposto que o Partido Social Democrata fosse um partido de massas populares, mas de facto tinha-se convertido numa ferramenta contra o reconhecimento da organização dos trabalhadores em Conselhos operários. Face ao caos social provocado pelo envolvimento na guerra, o USPD propunha a eleição de deputados para uma Assembleia Nacional Constituinte, e, deste modo, tinham vincado bem a sua alta traição contra a revolução no Congresso dos Conselhos Operários. A cisão entre as duas alas dentro do partido, cujos dirigentes agora se começava a ver de socialista nada tinham, obviamente conduziu à pior das confusões e divisões entre as massas de trabalhadores e os militares; a partir das quais se organizariam milicias das diversas facções, (desde a Liga dos Soldados Vermelhos a brigadas de extrema-direita) impondo um clima de pré-insurreição, prenúncio de uma guerra civil. Tendo bem presente o que acontecera na Rússia no ano anterior, face à ameaça da queda do poder nas ruas de Berlim, a classe dominante no governo de Ebert e Scheidemann chamou as tropas que combatiam na linha da frente.

A 30 de Novembro de 1918 os dissidentes da ala esquerda do USPD reúnem-se no 1º Congresso da Liga Espartaquista, dirigida por Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo. Ponto que se tornou maioritário dentro da intenção para a formação de um novo partido foi a vitória da moção de não participação nas eleições propostas pela burguesia num clima insurreccional – a qual descartaria a dedicação concentrada em tarefas muito mais essenciais, como a ampliação do sistema dos Conselhos Operários nas fábricas. O proletariado, afirma um delegado, “tem sido curado de toda a fé depositada no parlamentarismo por meio dos terriveis ensinamentos dos que nos lançaram na carnificina da guerra”. Em resumo, concluia Liebknecht no discurso de encerramento do Congresso: “o USPD perdeu todo o direito a ser reconhecido como um partido que luta a favor da classe revolucionária (...) e tudo parece indicar-nos que chegou a hora em que todos os elementos proletários-revolucionários voltem as costas ao USPD, a fim de construirmos um novo partido independente provido de um programa claro, um objectivo preciso, uma táctica homogénea e a máxima força revolucionária; um partido que seja um instrumento inamovivel para a realização e finalização da revolução social que agora começa (...) É pois por ele que, depois de saudar fraternalmente todo o proletariado combatente de todos os países e de os chamar à tarefa comum da revolução mundial, que o Congresso da Liga Espartaquista decide desatar as suas amarras e ligações organizativas com o USPD para se constituir num partido politico autónomo com o nome de Partido Comunista da Alemanha” (KPD). No final a Assembleia decidiu saudar com viva satisfação a presença de Karl Radek, membro do Soviete da República da Rússia e um dos seis delegados do governo russo enviados em apoio dos operários revolucionários alemães. Radek expôs em traços largos o grande trabalho criativo levado a cabo pela revolução russa, pondo em evidência a situação internacional das revoluções russas e alemã, assim como as suas relações reciprocas. Terminando com um vibrante ¡Viva o Socialismo! Viva a Revolução!, o discurso desencadeou uma tempestade de aplausos e um clima de grande entusiasmo
(continua)
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quarta-feira, junho 27, 2012

a incapacidade física de cerrar as duas mandibulas do crocodilo: a oferta e procura energética

Actualmente em todo o mundo são consumidos e evaporados para a atmosfera perto de 90 mil milhões de barris de petróleo



De acordo com as previsões da Agência Internacional de Energia (AIE) para fazer frente às necessidades de petróleo em 2030 será preciso colocar no mercado uma oferta adicional similar a 6 Novas Arábias Sauditas (a números de 2009), algo que é materialmente impossível (ver gráfico).

As previsões energéticas de evolução do sistema urbano, assente na exploração agro- industrial global, estão em alta - e a oferta de combustíveis fósseis, em especial o petróleo, vai iniciar o seu declinio sem que existam energias alternativas de execução ao mesmo nivel que funcionem. A AIE sai a terreiro dizendo que se encontrarão formas de fechar essas duas mandíbulas do petróleo - o explorável e o que será exigido para manter o consumo a funcionar (1) - através de projectos de extracção que todavia não são identificados, porém reconhecendo pela primeira vez que desde da década anterior as mandíbulas se começaram a abrir. Porém, um relatório do exército alemão (Bundeswehr) citado pelo Der Spiegel situa o pico do petróleo em 2010, como haviam assinalado há já algum tempo outros especialistas da ASPO augurando fortes impactos e convulsões sócio-económicas (2). Especialmente porque o petróleo não terá um substituto fácil, por ser a única fonte energética fóssil e pela sua alta densidade energética, três vezes superior ao carvão, como de manejo e transporte, multiplicidade de potenciais usos (indústria petroquimica) e, sobretudo, porque é muito dificilmente substituivel na mobilidade motorizada mundial (por estrada, via maríma ou aérea), afinal o sistema de circulação chave do Capitalismo globalizado. A aviação depende em mais de 95% dos derivados do ouro negro (3).

O mesmo poderíamos dizer da extrema dependência do crude do AgroNegócio e do mundo altamente urbano. Sem dúvida se tentará por todos os meios cobrir o enorme vazio energético funcional que o declinio da petróleo irá deixar. Algo dificil, ou demasiado dispendioso de realizar, como veremos, pois só pode ser compensado em parte recorrendo ao gás natural, a líquidos (de elevado custo) derivados do tratamento de carvão (Coal to Liquids), ou aos mais que questionáveis agro-combustíveis de mais que negativo impacto que, para além do mais, têm uma baixa intensidade energética. É por estas causas que o impacto do Pico do Petróleo se sentirá de forma intensa a curto e médio prazo, pois só poderá ser compensado recorrendo a outras fontes energéticas fósseis, renováveis e até nucleares; os veiculos movidos por gás natural ou os automóveis eléctricos, implicarão também a construção de novas infraestruturas de distribuição de energia eléctrica, o que por sua vez pressupõe mais consumo de energia fóssil. Sem dúvida, é preciso realçar que as opções energéticas parciais disponíveis irão escasseando conforme vamos entrando igualmente no declinio do gás natural, e mais tarde do carvão, produzindo o duplo colapso energético a partir de 2025-2030 conforme vem sendo assinalado por Richard Heinberg (4) (5)



(1) Pedro Prieto, "O Zénite do Petróleo", Agosto de 2010 
(2) Preparem-se para uma Nova Era de Choques Petrolíferos, Martin Wolf no Financial Times 
(3) Richard Heinberg, "The Oil Depletion Protocol – a plan to avert oil wars, terrorism and economic collapse", 2006.
(4) Richard Heinberg, "Recessão temporária ou o Fim do Crescimento?"
(5) "a Festa Acabou! Petróleo, Guerra e o Destino das Sociedades Industriais"
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terça-feira, junho 26, 2012

Portugal nas Meias Finais. Excelente oportunidade de negócio



Portugal está nas meias finais, em busca de remédio para tapar os buracos. Assim decidiu-se pela liquidação total da existência a preço de saldo
Vende-se país periférico integrado na União Europeia com várias áreas de interesse:

* 2 mil quilómetros de praias. * Clima semi-tropical. * 10 milhões de inquilinos, com mais de 50% de idade superior a 6o anos disponiveis para abate. * População remanescente completamente submissa, livre e não onerada com compromissos sociais. * Rede de cobradores eficiente. * Áreas de exploração intensiva a curto prazo: Electricidade, Águas, Transportes, Companhia aérea, Televisão, Correios, Combustiveis e Energias Alternativas. * Milhares de hectares de terras lavráveis abandonadas. * Milhares de quilómetros de auto-estradas desertas. * Milhares de quilómetros de áreas marítimas pesqueiras sem exploração. * 2 estaleiros navais encerrados * Concessões de minas de ouro e outros metais por explorar. * 1 siderurgia e diversas instalações fabris desactivadas. * 2 regiões autónomas, uma em off-shore e outra num buraco * Vários estádios de futebol sem inquilinos * Um dos melhores parques automóveis do mundo ao serviço da gestão pública. * Os melhores gestores do mundo, a avaliar pelos vencimentos. * Uma lista infindável de palácios e edificios públicos desocupados * Parque habitacional em zonas nobres completamente em ruinas prontas a ser recuperadas * Eficiente exército de desempregados que aceitam tudo a qualquer preço. * Sem preço base de licitação.

Propostas para A. Cavaco, Palácio de Belém, ou em alternativa para Passos Coelho José Seguro, Palácio de São Bento
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segunda-feira, junho 25, 2012

o Grande Complot PS-PSD

um resumo do caso Relvas

O ministro fez chantagem sobre uma jornalista para a impedir de publicar factos relevantes sobre actos ilegais na governação (uso de dados dos serviços secretos nacionais para empresas privadas). Relvas desmentiu existir chantagem sobre a jornalista. O jornal Público, onde em principio deveria ser publicada a peça jornalistica, cede à chantagem do ministro, acede ao email da colaboradora sem o seu conhecimento ou autorização e apaga-lhe as mensagens comprometedoras trocadas com o gabinete do ministro Relvas. A jornalista (Maria José Oliveira) fica sem meios de prova susceptiveis de fundamentar a queixa junto da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) e acaba por ser obrigada a demitir-se do jornal por declarada quebra de confiança. Face ao escândalo e apenas com a informação oficial disponibilizada pelo governo e pelo jornal corporativo a ERC resolve ainda assim pronunciar-se sobre o caso.


a ERC é (foi) laboriosamente composta por elementos afectos aos dois partidos do centro politico que monopolizam os governos há 4 décadas. Apesar da evidência, continua a fazer-se crer que a ERC tem como principal objectivo "assegurar o livre exercício do direito à informação e à liberdade de imprensa". Como resultado do complot, sempre que há politicos acusados a ERC concluiu sempre pela falta de provas - neste caso, após um relatório de 600 e muitas páginas e 5 semanas de trabalho, escrevendo que "não foram comprovadas as denúncias de que Miguel Relvas tenha ameaçado promover um blackout informativo de todo o Governo em relação ao jornal e divulgar na Internet um dado da vida privada da jornalista". Quanto aos mais estados de alma (1) escreve-se que “não cabe à ERC pronunciar-se sobre” o “tom exaltado” do ministro, que aliás “poderá ser objecto de um juízo negativo no plano ético e institucional". O que não será dificil, conhecendo-se, como se conhecem, as habilidades de "empreendorismo" corruptoras do ministro Relvas e da tribo governativa da qual é uma dos pilares essenciais (2)


a ERC suga ao erário público em salários e despesas de funcionamento 4 milhões de euros por ano (3) para produzir não apenas deliberações vazias de conteúdo, mas conclusões tendenciosas e escamoteadoras da verdade dos factos (votadas por três votos a favor do PSD contra dois votos do PS) a ERC não escreveu no comunicado final que ainda assim (e para despistar) o regulador considerava inaceitável a ameaça do ministro ao "Público"
Contas feitas, existem quatro regras de ouro que presidem à eleboração dos relatórios da ERC: 1.Nunca esquecer quem é o dono da organização. 2. Fazer algumas críticas à parte mais poderosa sem que incidam no essencial. 3. Explicar que as diversas versões envolvidas são contraditórias, logo irresolúveis e 4. Escrever um vasto lençol justificando por que não se chegou a nenhuma conclusão. Centrando-nos então na pergunta de Manuel António Pina: E não se pode exterminá-los? - Não, porque quem poderia exterminá-los seriam o PSD e o PS (4)

Toulouse-Latrec, "O Jockey", (quase a cair do Cavalo, mas ainda não foi desta)


fontes
(1) "Regulador engasga-se sempre que há politicos acusados" 
(2)Roseta acusa Relvas de ter tentado beneficiar com fundos europeus empresa de Passos Coelho (ver video no 5Dias)
(3) "E não se pode exterminá-los?"
(4) a ERC tem 5 membros. "1 ex-deputada que omite na biografia que é ex-deputada do PSD; uma ex-jornalista amiga do ministro Relvas; um ex-governante do PS; um ex-assessor de Jorge Coelho na Mota-Engil; e o presidente Carlos Magno, um contador de anedotas próximo de Relvas, escolhido por ele e aceite pelo PS". Estavam à espera de quê da ERC? 
 

domingo, junho 24, 2012

vai-me perdoar meu senhor, mas eu não sei filosofar

Música Revolucionária do cantor venezuelano Ali Primera (1941-1985), "Yo No Se Filosofar"



"... A luta sindical e a prática parlamentar estão consideradas como sendo os meios de educar e conduzir pouco a pouco o proletariado até à tomada do poder político (...)

... os fundamentos teóricos exclusivamente reformistas (de Eduard Bernstein) privam o programa socialista da sua base material e tratam de lhe dar uma base meramente idealista (...)
a reforma e a revolução não são, portanto, métodos distintos de progresso histórico que se possam escolher livremente no mostrador da História, como quando se escolhem salsichas quentes ou frias, apenas são momentos distintos no desenvolvimento da sociedade de classes, que se condicionam e complementam entre si e ao mesmo tempo se excluem mutuamente, como o Polo Norte e o Polo Sul, ou a Burguesia e o Proletariado"
(Rosa Luxemburgo, in "Reforma ou Revolução", 2ª edição de 1908)
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sábado, junho 23, 2012

a Carta Aberta ao ministro Nuno Crato

que lhe é dirigida pelo Professor Santana Castilho (excertos do jornal Público de 21 de Junho)

Como sabe, uma carta aberta é um recurso retórico. Uso-o, agora que se cumpre um ano sobre a sua tomada de posse, para lhe manifestar indignação pelas opções erradas que vem tomando e fazem de si um simples predador do futuro da escola pública. Se se sentir injustiçado com a argumentação que se segue, tenha a coragem de marcar o contraditório, a que não me furto. Por uma vez, saia do conforto dos seus indefectíveis, porque é pena que nenhuma televisão o tenha confrontado, ainda, com alguém que lhe dissesse, na cara, o que a verdade reclama (...)
Falo daquilo que defendia no “Plano Inclinado”, pouco tempo antes de ser ministro. Ambos, Passos Coelho e o senhor, rapidamente me reconduziram a Torga, que parafraseio: não há entendimento possível entre nós; separa-nos um fosso da largura da verdade; ouvir-vos é ouvir papagaios insinceros (...)

A sua pérola maior é o prolixo documento com que vai provocar a desorganização do próximo ano lectivo, marcado pela obsessão de despedir professores. Autocraticamente, o senhor aumentou o horário de trabalho dos professores, redefinindo o que se entende por tempos lectivos; reduziu brutalmente as horas disponíveis para gerir as escolas, efeito que será ampliado pela loucura dos giga-agrupamentos; cortou o tempo, que já era exíguo, para os professores exercerem as direcções das turmas; amputou um tempo ao desporto escolar; e determinou que os docentes passem a poder leccionar qualquer disciplina, de ciclos ou níveis diferentes, independentemente do grupo de recrutamento, desde que exista “certificação de idoneidade”, forma prosaica de dizer que vale tudo logo que os directores alinhem. Consegue dormir tranquilo, desalmado que se apresenta, perante um cenário de despedimento de milhares de professores? (...)

Senhor ministro, vai adiantada esta carta, mas a sua “reorganização curricular” não passará por entre as minhas linhas como tem passado de fininho pela bonomia da comunicação social. O rigor que apregoa mas não pratica, teria imposto o único processo sério que todos conhecem: primeiro ter-se-iam definido as metas de chegada para os diferentes ciclos do sistema de ensino; depois, ter-se-ia desenhado a matriz das disciplinas adequadas e os programas respectivos; e só no fim nos ocuparíamos das cargas horárias que os cumprissem. O senhor inverteu levianamente o processo e actuou como um sapateiro a quem obrigassem a decidir sobre currículo: fixou as horas lectivas e anunciou que ia pensar nas metas, sem tocar nos programas. Lamento a crueza mas o senhor, que sobranceiramente chamou ocultas às ciências da educação, perdeu a face e virou bruxo no momento de actuar: simplesmente achou.

O que a propósito disse foi vago e inaceitavelmente simplista. O que são “disciplinas estruturantes” e por que são as que o senhor decretou e não outras? Quais são os “conhecimentos fundamentais”? O que são o “ensino moderno e exigente” ou a “redução do controlo central do sistema educativo”, senão versões novas do “eduquês”, agora em dialecto “cratês”? Mas o seu fito não escapa, naturalmente, aos que estão atentos: despedir e subtrair à Educação para adicionar à banca (...)

Compreenderá que sorria ironicamente quando acrescenta a Ética Escolar a um Estatuto do Aluno assente no castigo, forma populista de banir os sintomas sem a mínima preocupação de identificar as causas. Reconheço, todavia, a sua coerência neste campo: retirar os livros escolares a quem falta em excesso ou multar quem não quer ir à escola e não tem dinheiro para pagar a multa, fará tanto pela qualidade da Educação como dar mais meios às escolas que tiverem melhores resultados e retirá-los às que exibam dificuldades. Perdoar-me-á a franqueza, mas vejo-o como um relapso preguiçoso político, que não sabe o que é uma escola nem procurou aprender algo útil neste ano de funções"

(o original na versão integral pode ser lido aqui)

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) levou ontem a cabo uma acção de rua no alto do parque Eduardo VII onde foram dados a conhecer os novos parâmetros de luta, ao mesmo tempo que foram largados alguns milhares de balões negros, simbolos de início de uma revolta implacável contra este governo da fome, da ignorância e da doença. Numa das primeiras acções, já a partir da próxima semana, a Fenprof propõe-se penhorar em Tribunal o edificio do Ministério da Educação (Palácio das Laranjeiras) para indemnizar professores pela falta de cumprimento das compensações por caducidade dos contratos, um direito constitucional que está ilegalmente a ser infringido
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sexta-feira, junho 22, 2012

do G7 ao G20, o Mundo visto do Sul

Esta grande entrevista com o intelectual marxista Samir Amin em 30 de Março de 2012 está estruturada em 3 partes:
"o Mundo visto do Sul"
"a Implosão do Capitalismo" e
"Estratégias Imperialistas e Lutas Politicas"
(fonte original, em castelhano, na Agência LatinoAmericana de Informação")

Para a Tríade geo-estratégica capitalista (Estados Unidos, Europa e Japão) os inimigos de hoje são os paises emergentes - por outras palavras: a China. Os restantes, como a Índia, o Brasil e outros são para eles paises semi-emergentes. Porquê a China? porque as classes dominantes no poder na China têm um projecto



resumo histórico * Em 1949 a maioria dos intelectuais acreditava que o Comunismo salvaria a China
* Em 1969 a maioria desses intelectuais acreditava que a Revolução Cultural salvaria o Comunismo
* Em 1979 Deng Xiao Ping fez questão que se percebesse que só a competição com os mesmos meios do Capitalismo salvaria a China
* A partir de 2009 o mundo inteiro acredita que somente o modelo de economia planificada da China pode salvar o Capitalismo
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quinta-feira, junho 21, 2012

"Crescimento"

o contabilista que elevaram a ministro da Saúde foi advertido pelo Tribunal de Contas no sentido de se obrigar a conceder verbas para tratar os casos urgentes de cancro - um Tribunal senhores?!

   
Os tecnocratas partem do principio que, por utilizarem a matemática como instrumento de trabalho, a Economia passa a ser uma ciência exacta. Mas de facto a matemática não é uma ciência, é uma lógica que conclui determinadas verdades (ou não) mediante as premissas introduzidas no início da equação – a Economia é, acima de tudo, uma ciência social. Assim,

 “Devemos pôr em causa o consenso do Crescimento, que é falso e divide as esquerdas europeias sobre os modelos de Capitalismo. Este consenso é perturbador porque não problematizar o crescimento implica a ideia de que qualquer crescimento é bom, inclusive aquele que é obtido à custa da exploração desenfreada dos recursos naturais, da destruição ambiental e dos modos de vida de populações inteiras no mundo(Boaventura Sousa Santos,in "Carta às Esquerdas"
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quarta-feira, junho 20, 2012

excelência, está aqui isto para assinar

o Presidente da República promulgou as alterações ao Código do Trabalho, exortando a que "a partir de agora (...) se assegure (...) a estabilidade legislativa (...) com vista à (...) recuperação do investimento, criação de emprego e relançamento sustentado da economia"


O legislador nacional cumpre as ordens emanadas do novo ordenamento global (NWO) para o trabalho, que manda reduzir substancialmente o montante do salário.

A própria Organização Internacional do Trabalho (OIT) descobriu, faz mais de uma década...
... que os políticos (e os sindicalistas deles dependentes) acabaram por perceber que os governos neoliberais “podem viver com um desemprego elevado se só estiver seriamente ameaçada uma minoria de talvez 20% da população” – número acima do qual se torna potencialmente perigosa (para a burguesia) a eclosão de uma revolta. É nesta base, de evitar os riscos de explosão social que o capitalismo convive ainda muito bem com o facto de deixar marginalizada uma quinta parte dos cidadãos.

Em termos de análise marxista, a transição em curso por decreto nas condições laborais, trata da passagem do antigo modelo de extração de mais-valia-absoluta, feita tradicionalmente na organização das linhas de produção de modelo fordista, para a extração de mais-valia-relativaassente na exploração do emprego a tempo parcial e em baixos salários para operários com qualificações intelectuais elevadas em trabalho tecnológico.
O que Cavaco Silva (e a tribo legislativa da pata-que-o-pôs) aprovou é a criação de condições para que as empresas – alheias a qualquer responsabilidade social, infringindo o direito internacional expresso nas directivas da ONU – possam funcionar num sistema permanente de despedimentos/novas admissões por períodos curtíssimos, por forma que praticamente os patrões podem sempre dispor de mão de obra abundante sem contrair qualquer vinculo contratual legal definitivo com o trabalhador.


No final tudo se conjuga para o entendimento popular do novo paradigma: os Governos ajudam os Bancos com milhões sacando o dinheiro aos Contribuintes e, com o fruto do saque, os dois em conjunto financiam um programa de destruição de empregos que prejudicam demasiado o lucro dos Patrões
* Visto de outro ângulo: "Milhões de pessoas continuam a ser lixadas pelos Bancos que ajudaram a salvar"
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terça-feira, junho 19, 2012

Garcia Pereira, no "Em Foco"

O resgate da banca espanhola para garantir o pagamento à banca alemã e o plano da Alemanha para assegurar a sua hegemonia na Europa; as verdadeiras consequências para o futuro da economia portuguesa e da sua independência resultantes das privatizações e da venda ao desbarato dos seus principais activos; mais uma vez e sempre a questão nuclear do não pagamento da dívida como única alternativa para pôr termo a um interminável cortejo de miséria e desemprego; o ludíbrio dos estágios profissionais para jovens (onde o desemprego se aproxima dos 40%) e a redução da taxa social única – eis alguns dos temas da intervenção de Garcia Pereira no debate desta semana no programa "Em Foco" (canal ETV às terças-feiras)


ver mais:
* A destruição de todas as economias da europa / Os governos vende- pátrias
* Os verdadeiros números da crise
* O problema das dívidas públicas
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segunda-feira, junho 18, 2012

A relação entre Crescimento (acumulação de capital) e Desemprego

As conversas do dia, como não podia deixar de ser, versam sobre o processo eleitoral na Grécia – o povo “escolheu”, portanto há que continuar a cumprir os compromissos acordados no memorando da troika (dito de outro modo, sob coacção os gregos obedeceram ao conselho financeiro alemão e deram a maioria ao centro-direita) restando-lhes agora esperar pela previdência para que haja “crescimento” para gerar emprego. Impossivel. Existe uma contradição fatal no sistema capitalista: quanto mais tecnologia se incorpora na cadeia de produção (para baixar salários e fugir às reivindicações dos trabalhadores), mais decresce a necessidade de incorporar mão de obra. Com menor incorporação de trabalho humano (a única componente que cria Valor) menos valor criado sai das cadeias de produção; e a situação dos excluidos do sistema agrava-se.

















Na sua crítica de economia politica Marx demonstrou que a substituição da força de trabalho vivo (humano) pelo emprego da tecnologia diminuiu o “Valor” representado em cada objecto produzido (vulgo mercadorias, nas quais actualmente até o próprio homem é incluido, como p/e na venda de trabalho temporário) e é isso que leva o capitalismo a aumentar permanentemente a produção e a necessitar cada vez menos de mão de obra. É por aqui, e não por teorias revisionistas pós-modernas, pela teoria do Valor (pela dupla natureza dos bens consoante o seu Valor de Uso e o seu Valor de Troca) e pela “Lei da queda tendencial da taxa de lucro” que se pode estudar e entender a relação existente entre a produção económica e o desemprego. A contradição primordial no sistema capitalista é a que existe na fetichisação das mercadorias, produzida pelo lado abstracto do trabalho e pelo seu lado concreto. Estas duas facetas não coexistem pacificamente. “Marx toma o exemplo de um alfaiate de antes da Revolução Industrial. Para fazer uma camisa, e para a produção das matérias primas que utilizava, era talvez necessária uma hora. O “Valor” incorporado na sua camisa era por isso de uma hora. Uma vez introduzidas as máquinas para produzir o tecido e para o coser, será possível fazer dez camisas numa hora, em vez de uma. Aquele (o proprietário burguês) que possui essas máquinas (capital constante) – que simples operários de baixa qualificação fazem funcionar – vai pôr no mercado as camisas assim produzidas a um preço muito mais baixo do que aquele que o alfaiate podia praticar. Com efeito, no momento em que uma máquina permite confeccionar dez camisas numa hora, cada camisa não representa senão um décimo de uma hora de trabalho, ou seja, seis minutos. O seu valor, e finalmente a sua expressão monetária, baixam enormemente.

O proprietário do Capital tem todo o interesse em que o trabalhador produza o mais possível na hora de trabalho pela qual é pago. Se faz o trabalho com uma máquina, como no exemplo dado, o trabalhador fabrica muito mais camisas e cria por isso um maior lucro para o seu patrão. O capitalismo inteiro foi uma invenção contínua de novas tecnologias cujo fim era economizar força de trabalho, isto é, produzir mais mercadorias com menos força de trabalho. Mas num regime em que o Valor é dado pelo Trabalho, pelo “dispêndio de músculo, nervo e cérebro” (Marx) isto levanta um problema: o valor de cada mercadoria baixa; por isso, também a Mais-Valia e, finalmente, o Lucro que se pode obter com a mercadoria em questão, baixam. É uma contradição central que acompanhou o Capitalismo desde o inicio e que ele nunca conseguiu resolver.
O capitalismo não é uma sociedade organizada, baseia-se numa concorrência permanente em que cada agente económico actua apenas por conta própria. Cada proprietário de Capital que introduz uma nova máquina (obtida com capital morto, que mais não é que trabalho vivo acumulado), realiza um lucro maior do que os seus concorrentes, obtendo mais mercadorias dos seus trabalhadores. É por isso inevitável que qualquer nova invenção que economize Trabalho seja efectivamente aplicada. O proprietário que o faz realiza num primeiro momento um lucro extra. No entanto, em breve, os outros capitalistas imitam-no, e um novo nível de Produtividade, mais elevado, vai ser estabelecido. O lucro extra desaparece então até à próxima invenção. Isto quer dizer que, se uma camisa já não “contêm” uma hora de trabalho mas apenas seis minutos, o lucro conseguido por essa camisa vai também diminuir. Supunhamos uma taxa de trabalho excedente, e portanto de lucro, de 10%. Uma camisa cuja produção requer uma hora contém, portanto, seis minutos de trabalho excedente, e um lucro equivalente em termos monetários; mas se só são precisos seis minutos para produzir a camisa, esta não contém senão trinta e seis segundos de trabalho excedente, a fonte de Lucro. O capitalista que introduz uma tecnologia que substitui trabalho vivo realiza no imediato um lucro para si próprio, mas contribui involuntariamente para baixar a taxa de lucro geral. A mesma lógica capitalista que incita à utilização das tecnologias acaba, portanto, por serrar o ramo sobre o qual todo o sistema está assente

(adaptado de Anselm Jappe, in “Sobre a Balsa de Medusa, Ensaios Acerca da Decomposição do Capitalismo”, pp 72/3)
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domingo, junho 17, 2012

um mundo novo nós opomos ao mundo parasitário...

o Capital nada mais é que Trabalho morto acumulado (fora do jogo da Natureza) cuja actividade vampiresca se perpetua sugando mais Trabalho vivo ( e mais recursos da Natureza) e quanto mais o Capital sobrevive e se expande, mais Trabalho e Natureza ele suga. (Marx)



A expansão da Produção em larga escala há muito que despertou a consciência comunista; e o sucesso na compreensão do que é o Capital está indelevelmente ligado ao sucesso da causa que acabará com a acumulação de Capital pelo Capital no modo capitalista. Para tal é imprescindivel uma alteração radical nos seres humanos, numa mesma larga escala se necessário – uma transformação que unicamente poderá ter lugar na prática de um movimento – a revolução. A revolução é necessária, para além disso, não apenas porque a classe dominante não estará disposta a ser derrubada tendo em vista o bem comum da humanidade(1) nem permitirá que a mudança seja feita de qualquer outra maneira (2), mas também porque essa classe não poderá derrubar uma revolução bem sucedida, que se livre de todo o lodo acumulado através dos tempos, e apareça com potencial transformador de uma maioria social que integre todas as aspirações para uma nova sociedade.

(1) Lenine glosou o tema: “os capitalistas são tão capazes de auto-sacrificio como um homem de se levantar puxando os próprios atacadores
(2) “Os únicos antagonismos sociais que actualmente serão capazes de gerar uma vontade para a oposição ao capitalismo são a ameaça de catástrofe ecológica, a propriedade intelectual, o controlo bio-genético e – o ponto capital – os novos sistemas globais de apartheid, o agravamento da condição miserável dos pobres (mesmo aqueles que trabalham), muros de separação, controlo da imigração, etc. De forma alargada estes pontos são os de fundamental tensão na sociedade”. (Slajov Zizek, in “Leninelogia”)
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sábado, junho 16, 2012

Grécia, Periodo de Reflexão

o Euro nasceu sob a falsa premissa, simples propaganda, de que iria uniformizar a economia e as condições sociais de todos os povos europeus. Como não existe um “povo europeu único”, mas apenas uma vontade trapalhona nesse sentido a partir de cima por parte das elites dominantes, o processo estava talhado à partida para a falência. Mas foi nisto que demasiados sectores acreditaram – com uma moeda única, seríamos todos iguais. Mas, como vamos vendo, não foi nada disto que aconteceu. O Euro, como instrumento de determinados interesses, rapidamente se converteu num refúgio de capitais em fuga da previsível debacle da especulação financeira norte-americana. Uma década depois, toda a Europa se tinha convertido num enorme depósito de resíduos tóxicos, contabilizados como bons nos balanços dos Bancos.

O Euro foi um instrumento dessas estratégias transnacionais privadas que privilegiam o sector Financeiro ao sector produtivo, visando precisamente a apropriação deste último, ignorando fronteiras e soberanias nacionais. É esta a “nova Europa” contra a velha Europa do estado de bem estar de que falava Donald Rumsfeld, ou que levou ontem o seu discípulo José Manuel Fernandes a escrever: “o choque entre os alemães que fazem contas e todos os outros, os que estão aflitos, não tem solução possível”. De facto, deste modo não, quando no BCE se decide sobre a massa monetária, decidem ao serviço do Capital transnacional e não na melhoria da situação social dos povos, dos trabalhadores enfiados à força num sistema que é alheio aos seus interesses. A versão adoptada quando se decidiu criar o Euro, foi a versão alemã do Bundesbank (tecnicamente dependente do Dólar cumprindo os Acordos de Basileia), segundo o qual no BCE teria de haver total independência do poder bancário e financeiro (privados) relativamente ao poder Político e ao Estado. Dependendo da natureza de classe por onde se analise o problema, tudo seria de facto muito diferente se o banco central emissor de moeda (segundo as quotas percentuais dos países que integram o BCE) não fossem “independentes” e estivessem politicamente dependentes dos Parlamentos nacionais.

Grécia: Sair da Crise é sair do Euro

Na medida em que a situação se agrava, de repente toda a gente que concorda com a permanência no Euro começou a defender a ideia de uma renegociação da Dívida que conduziu o país ao actual estado caótico de desastre nacional. O mais recente aderente à tese de prolongar o pagamento da dívida durante gerações a um juro mais favorável é nem mais nem menos que o partido conservador Nova Democracia, que deste modo se junta à ex-coligação Syriza (agora igualmente um Partido, aspirante a caçar os 50 deputados extra que a lei do Poder vigente oferece ao Partido mais votado. Costas Lapavitsas diz mesmo que a actual corrida aos bancos que colocam milhares de milhões de euros no exterior é uma coisa favorável. Quer assim o escolham, quer não escolham, a saída ou a expulsão do Euro é inevitável. Assim, depois do relançamento do dracma com uma desvalorização perto dos 50%, a nova moeda seria beneficiada pelo regresso desses capitais, a reinvestir numa nova economia ao serviço das pesssoas e não dos bancos. A propaganda social democrata fervilha: "Eu, ou Papariga para 1º Ministro, porque não?" sugere cinicamente Alexei Tsipras (Syriza). Face ao coro geral da permanência no Euro, há contudo uma voz dissonante, que afirma que a Grécia deve mover-se desde já de forma soberana, caminhar com as suas próprias forças, abrindo caminho por sua iniciativa, negando dependências externas. Alex Papariga (KKE): Devemos sair do Euro, repor e socializar os direitos adquiridos




Os resultados das eleições na Grécia serão conhecidos às 19,30 de amanhã Domingo (hora de Lisboa). O Comité para a Anulação da Dívida Pública Portuguesa (CADPP) estará no Rossio a partir das 18 Horas, com a manifesta intenção de apoiar o Syriza, se é que este partido virá a representar o povo grego e se tornar merecedor de tal solidariedade dos outros povos europeus
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sexta-feira, junho 15, 2012

ainda sobre o "crescimento" pelo Endividamento... uma coisa que permanece tão actual!

"Quanto ao povo português, o problema não é esse. Quanto ao povo, o problema é de rejeitar inteiramente essa dívida, visto que não foi o povo que a contraiu, nem foi o povo que beneficiou dela. A dívida tem de ser repudiada. Evidentemente, o repúdio da dívida passa pelo repúdio dos partidos que em nome da burguesia e do imperialismo a contraíram para exclusivo benefício da classe dominante...












... O endividamento crescente do país é o resultado de uma política capitalista de exploração e opressão, é o resultado de uma política de submissão aos interesses dos monopólios estrangeiros. A única contra-medida eficaz é o repúdio da dívida e a adopção de uma política externa independente e patriótica e de uma política económica nacional e popular que assente na nacionalização dos sectores básicos da economia, no confisco dos latifúndios e das grandes empresas nacionais e estrangeiras e no lançamento de um novo sistema económico baseado nos nossos recursos e riquezas, no trabalho nacional, na planificação, no controlo operário, com vista à edificação da sociedade socialista."
(excerto de um texto de Arnaldo Matos, "o Repúdio da Dívida", escrito e publicado no dia 7 de Abril de 1983)…

Arnaldo Matos, fundador do MRPP, e Paulo Morais, representante da Transparência Internacional, estarão amanhã sábado dia 16 a partir das 16 horas no Colóquio "Estamos a Pagar o Quê?" que se irá realizar na Galeria Geraldes da Silva, Rua de Sto. Ildefonso no Porto 

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quinta-feira, junho 14, 2012

"Marxismo 2012", Ideias para Transformar o Mundo

5 a 9 de Julho, Londres

o binómio Crise - Austeridade expôs a insanidade do sistema económico global. Milhares de milhões de dólares e euros foram e continuam a ser dados aos bancos, enquanto outros milhares de milhões de pessoas em todo o planeta estão ameaçados pela fome, pobreza, catástrofes climáticas e pela guerra. Regra geral as pessoas costumavam dizer que capitalismo significava prosperidade e democracia. Já não o dizem. Capitalismo agora significa austeridade para 99% da população e regras seguras para os ricos que não são mais que 1% que operam os mercados. Contra esta situação os tumultos estão no topo das noticias, sacudindo o norte de África, o Médio Oriente e a Europa. A Grã-Bretanha viu recentemente a sua maior greve desde 1926. Milhões de pessoas estão em luta, questionando este sistema louco, em busca de alternativas. O evento Marxismo 2012 levará milhares de pessoas de todo o mundo a Londres, para em conjunto discutir, debater e organizar a resistência. Entre os nomes dos oradores figuram Samir Amin, Tony Negri, Tariq Ali, David Harvey, Costas Lapavitsas, Alex Callinicos, Alberto Toscano, George Galloway, Nina Power, Guglielmo Carchedi, Leila Khaled e muitos outros (e como parece não haver teorias grátis que não sejam ligadas à prática, cada ticketezinho de acesso ao evento custa a ninharia de 55 Libras)



relacionado:
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quarta-feira, junho 13, 2012

a relação entre desemprego e imperialismo















(...) A nível mundial, a lógica do funcionamento do sistema capitalista na sua fase imperialista (1) determinou um processo de acumulação primitiva que implica que, nos países vulgarmente chamados de “emergentes” (como a Índia, a China ou mesmo o Brasil), hoje se assista essencialmente à concentração de multidões de operários em grandes centros de produção industrial, fazendo com que aquilo que actualmente se passa com a vinda de inúmeros trabalhadores para ali venderem a força dos seus braços não difira por exemplo em Xangai do que se passava no Século XIX em Manchester ou Lyon. Isto, enquanto nos países de economia capitalista mais avançada, como é o caso dos Estados Unidos da América ou da Europa, aquilo a que actualmente se assiste é uma apropriação dessa força de trabalho moderna que é a “inteligência”. Com efeito, com os processos produtivos mais modernos e a cada vez mais incorporação robótica, informática e tecnológica por que se caracterizam, as consequências que daí decorrem são, por um lado, o aumento da produtividade do trabalho e do lucro dos capitalistas e, por outro, a precarização e informalização do trabalho (como a chamada “terciarização”, a contratação precária e a imposição da inevitabilidade da lógica de que “hoje o trabalhador tem trabalho, mas amanhã já pode não ter”), e a consequente proletarização dos trabalhadores intelectuais. Essa mesma precarização e progressiva proletarização destes trabalhadores com a respectiva redução acelerada de direitos (quer em termos de estabilidade do vínculo, quer em termos de duração do tempo de trabalho e do montante dos respectivos salários) é assim uma consequência directa da nova morfologia do trabalho nesta época do imperialismo (...) (Garcia Pereira, in "As medidas terroristas do governo de traição nacional na área do trabalho e da segurança social, parte I");

A aplicação de um plano de desindustrialização massiva e progressiva do nosso País e de destruição de grande parte da sua capacidade produtiva, a persistência na aposta no modelo dos baixos salários, ou seja, do trabalho intensivo, pouco qualificado e miseravelmente pago, e a aceitação, assumida e executada pelos sucessivos governos desde o início da integração europeia, do papel de Portugal como mera sub-colónia do sub-imperialismo germânico, conduziram em linha recta a uma situação de completa dependência económica e financeira, mas também política, de Portugal, tendo de importar mais de 80% daquilo que diariamente consome, mas também sendo o País da UE-27, a seguir à Letónia, com o indicador de desigualdade na distribuição de rendimentos (o chamado índice GINI) mais elevado – em 2010 a média da UE 27 era de 30,5 e em Portugal de 33,7 – e com o 3º índice de desigualdades sociais mais elevado de todos os 30 países da OCDE. Simultaneamente, a própria CMVM revelou que, não obstante a situação do País, só entre 2000 e 2005 as remunerações dos membros das Administrações das 20 empresas mais cotadas na bolsa triplicaram e ainda que, em média, os gestores dessas empresas ganham cerca de 30 vezes mais que a remuneração média dos respectivos trabalhadores.
 (Garcia Pereira, in "As medidas terroristas do governo de traição nacional na área do trabalho e da segurança social, parte II");
 


(1) A politica dos países imperialistas visam a obtenção de três coisas: Matéria-prima, Mercado consumidor e Mão-de-obra barata. A concepção da teoria imperialista foi inicialmente perpetrada por economistas alemães e ingleses no início do século XX. Este conceito constituiu-se sob duas características fundamentais: o investimento de capital externo e a propriedade económica monopolista. Desse modo, a capitalização das nações imperialistas ampliou-se gradativamente, pela ‘absorção’ dos países dominados, pois monopólios, mão-de-obra barata e abundante e mercados consumidores levaram ao ciclo de um novo colonialismo, que é o produto da expansão constante do imperialismo. A rivalidade entre potências imperialista tornou-se na principal causa da Primeira Guerra Mundial, iniciando-se a “nova era imperialista” depois da Segunda Grande Guerra, após a qual os EUA se tornaram o centro do imperialismo mundial
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terça-feira, junho 12, 2012

Capitalismo Verde, a mesma merda de capitalismo de sempre

a Conferência Rio+20 promete "criar milhões de empregos" verdinhos. Para já, o que temos é a chegada à cidade para o evento de cerca de 50 mil pessoas, todas, salvo raras excepções locais, a cavalo nas energias fósseis. Os Estados Unidos, só por si responsáveis por mais de 25% do consumo de energias não renováveis do planeta, não estarão presentes.

Ainda que o Imperialismo se vista com finas roupas de seda, se algo nos ensina a Teoria Geral dos Sistemas (1) é que todos os elementos de um sistema interagem entre si

Num estudo do modelo matemático (2) aplicado ao capitalismo, uma das três forças produtivas , o Capital, alimenta-se da exploração e do desgaste das duas restantes: a força de Trabalho e os Recursos da Natureza – lançando sobre elas todas as consequências nefastas do processo produtivo. O Capital financeiro das grandes potências logra tais objectivos em estreita cooperação e cumplicidade com o Estado, ao mesmo tempo que pretende que os Estados dos países periféricos se abstenham de toda a intervenção económica autónoma. Assim, o grande Capital, enquanto coligado com o poder público do Estado, tenta afastar da gestão as restantes forças de produção, absorvendo-as para a esfera do privado. Com tal politica, pretende que a defesa do Trabalho esteja essencialmente nas mãos de associações privadas, como os sindicatos; e determina que a gestão da Natureza deve também depender de entidades privadas: as grandes empresas multinacionais, as associações de minorias étnicas locais e de organizações não governamentais, todas frequentemente financiadas pelo Estado.
A chamada “Economia Verde”, apesar de alguns dos seus postulados serem sensatos, continua a prédica de que a Natureza deve ser submetida aos jogos do “Mercado”, que por sua vez está dominado pelo grande Capital (…) o falido modelo económico capitalista, agora mascarado de verde, pretende submeter todos os ciclos vitais da Natureza às regras do mercado e ao domínio da Tecnologia, pela privatização e mercantilização da Natureza e suas funções, assim como todos os conhecimentos tradicionais, aumentando com isto os mercados financeiros especulativos através do mercado de compra e venda de quotas de emissão de carbono, de serviços ambientais, de compensações por perdas de biodiversidade e por deflorestação. Como se vai subentendendo (3), os decisores no capitalismo livre têm nas mãos a capacidade de se decidirem pelo investimento em tecnologias que escolhem entre a vida e a morte.



(1) “Teoria dos Sistemas”, http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_de_sistemas 
(2) Oskar Morgenstein e John von Neuman, 1944The Theory of Games and Economic Behavior
(3) Steve Heims, John von Neumann e Norbert Wiener, 1980. From Mathematics to the Technologies of Life and Death
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segunda-feira, junho 11, 2012

esta é a história de um grande conluio... entre politicos, bancos e privados

Análise à auditoria do Tribunal de Contas sobre as Parcerias Públicas Privadas (1). Alguém vai responder criminalmente?



(1) O ar cândido com que o populismo mediático deste funcionário do partido de Balsemão contra o outro partido do Bloco Central, pretende induzir a opinião que tudo o que de mal e corrupto existe nas PPP se ficou a dever ao malfadado Sócrates. A verdade tem uma amplitude bastante mais lata. De facto a ideia de colmatar a impossibilidade de investimento público para fazer funcionar a economia recorrendo a investidores privados nasceu nos conservadores. Toda a rede de auto-estradas, linhas ferroviárias e parcerias na rede hospitalar foram nascendo desde o principio da década de 1990, em Portugal com os governos de Cavaco Silva, que importou a ideia da "private finance iniciative" do Reino Unido. Da solução para a suposta ineficiência do Estado, as PPP passaram rapidamente a agentes provocadores da sua própria crise, restringindo o campo de decisão politica (os projectos, definições técnicas, condições juridicas contratuais e financiamentos bancários são normalmente decididos pelos próprios investidores) e onerando extraordinariamente os custos em prejuizo do interesse público. O Estado assumiu este jogo porque cada projecto concessionado fica obrigado no curto prazo a depositar uma caução monetária como garantia da sua execução. Os governos usam esse dinheiro para se financiarem; mas, no longo prazo, quando o Estado tem de começar a devolver as rendas aos investidores, as PPP colocam o Estado na dependência crescente dos parceiros privados, ficando impedido para reavaliar os riscos para o sector público, que sai sempre a perder, uma vez que os contratantes privados das PPP já foram antes governantes ou gente próxima deles nomeados pelos partidos nos governos. É desse conluio que nasce a corrupção em vez do pretenso aumento de eficiência, daí resultando um maior endividamento para o sector público a par com uma degradação dos serviços prestados.
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sábado, junho 09, 2012

abaixo a Censura, Eleições livres!

"Então, um dia, vieram buscar-me/ Mas, por essa altura, já não restava nenhuma voz/ Que, em meu nome, se fizesse ouvir
(Martin Niemöller)

Após um ano de laboriosas investigações, a Comissão Nacional de Eleições (referindo-se ao acto eleitoral de 2011), em verdadeira autópsia da Democracia, deliberou em 15 de Maio de 2012, quer dizer "descobriu", que afinal sempre houve da parte das 3 televisões tratamento discriminatório das diversas candidaturas". 

Quantas patifarias se cometeram entretanto sem que o eleitor mais desprevenido pudesse ter sido informado em tempo das mentiras, deste e do governo anterior, e das não condições para o pagamento de uma dívida que o povo não contraíu? 

quinta-feira, junho 07, 2012

a besta invade a Democracia na Grécia

A deputada comunista Liana Kanelli é agredida durante um debate por um recém eleito deputado neo-Nazi do Golden Dawn. A agressão ocorreu depois da deputada comunista ter insinuado que o neo-Nazi teria estado implicado num assalto e roubo à mão armada em 2007. A Rena Dourou, deputada do Syriza, coube levar com um copo de água na cara. O neo-Nazi foi imobilizado e confinado a um quarto isolado, enquanto se chamava a policia, porém conseguiu evadir-se arrombando a porta, estando actualmente em parte incerta. Enfim, espera-se que o deputado neo-Nazi esteja ao abrigo da imunidade parlamentar... e que a deputada comunista seja levada a tribunal por difamação... (isto é, se já não existe uma disposição constitucional europeia que proibe a existência de partidos ou movimentos fascistas)

quarta-feira, junho 06, 2012

Guia filosófico para tempos de Crise

Sem dúvida que o maior problema que aflige a Ibéria desta semana é "a nossa representação" pelos artistas da bola. Sem dúvida também que estes tipos são os filósofos do nosso século; arrastam multidões pela sua retórica, pela sua capacidade de persuação, enfim, de vez enquanto, por esta ou aquela habilidade ou cacetada nesta ou naquela jogatana. E sim, como em tudo na vida da pólis, há futebol de direita e há futebol de esquerda



No maior aerópago mundial actual, à direita talvez os da caverna onde se assoma o Platão que dirige um ajuntamento de artistas reunidos pela símbologia da ganância, à esquerda talvez o Séneca que orienta uma equipa com ênfase num exemplar trabalho colectivo. Nós por cá, todos mal - para salvar in extremis a qualificação quási falhada pela esquerda caviar, o plebeu trolha-sem-abrigo a quem saiu o totobola iniciou-se no treino da selecção nacional com uma indisfarçável querela com dois elementos fundamentais para a defesa da Nação: sem os escravos Bosingwa e Ricardo Carvalho este grupo de gajos é um passador, embora o espectáculo prossiga como se nada fosse. Quem os topa é o nosso revolucionário Diógenes: "isto é um circo autêntico, já levaram três como preparação, e hão-de levar mais, para nosso infinito descanso por mais 2 anos. Mas entretanto nós andemos sempre a aprender novas filosofias pela imagem... e pela palavra,
com estes pintas e os seus altos patrocinadores

Tá?

... e já agora, à rasca para ler algo com sentido, citando Saramago:

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos»
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terça-feira, junho 05, 2012

segundo a regra do accionista inversamente proporcional...

... onde a distorção de rendimentos se faz sentir mais violentamente é nas periferias 


Notícia do dia, hoje ficou a saber-se que o Bank of America está em tribunal ainda a propósito das acções "subprime" (concessão de crédito de alto risco), acusado de não ter informado os seus accionistas das perdas financeiras que a compra por 50 mil milhões de dólares do falido banco Merryl Lynch em 2008 iria provocar nos próximos anos. Accionista norte-americano em país rico, obrigado a salvar o conjunto da alta finança, estará momentâneamente mais pobre.
Em Portugal, um país pobre, accionista está cada vez mais rico - tanto que para defender com unhas e dentes o seu modelo privatizado de enriquecimento se dispõem a pagar aos seus executivos as maiores exorbitâncias em salários e prémios, ou seja, a quem lhes contabiliza caninamente a gestão dos rendimentos. Com o alto patrocínio do governo português, e apesar das veementes críticas da Tróica que obrigaria a cortar nas papistas rendas da EDP mais que o Papa-impostos entende

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segunda-feira, junho 04, 2012

o Poder dos Pesadelos

Hoje vou andar por aqui... mas fica um filme para recapitular a matéria dada: o choque das civilizações, o racismo islamofóbico, enfim, de como seria possivel viver numa sociedade onde uns poucos não pudessem cobrar juros à cabeça sobre o trabalho todos os outros


The Power of Nightmares, de Adam Curtis para a BBC, 2004, 180 minutos, legendado em português. O filme aborda a escola de pensamento Neoconservadora de onde saíram grande parte dos políticos norte-americanos responsáveis pela "Guerra contra o Terrorismo"; questiona a Al Qaeda enquanto ameaça terrorista global contra o Ocidente e explica o porquê da polarização do mundo entre o Bem (Ocidente e Aliados) e o Mal (União Soviética e o Fundamentalismo Islâmico). A não perder para quem deseja entender as origens e as verdadeiras razões que levaram o Ocidente a declarar a "guerra ao terrorismo". Tudo certo, mas porquê a BBC para nos dizer isto?

Parte 1, 59 minutos


Parte 2, 59 minutos. Seguidores do pensamento de Sayyid Qutb, entre eles Sheikh Ayman al-Zawahiri, vão lutar contra a presença soviética no Afeganistão. Este segundo episódio analisa a queda do bloco soviético e a aliança de ambos os grupos, teoricamente rivais, no Afeganistão, desmontando o mito de que Ronald Reagan ganhou a Guerra Fria graças à intervenção da sua administração no conflito. Em 1987, Sheikh Ayman al-Zawahiri encontra-se com o jovem e bilionário saudita Osama bin Laden. Após a debandada soviética o conflito no Afeganistão é encerrado, e Zawahiri junta-se a bin-Laden, formando uma aliança contra toda e qualquer presença ocidental em governos dos países do Médio Oriente.



Parte 3, 59 minutos. Após a vitória imaginária no Afeganistão, agora passa a ser o Ocidente, em especial os EUA e seus aliados que marcam presença. O documentário argumenta que o grupo terrorista Al-Qaeda é apenas um invenção do governo norte-americano para justificar a inventada "guerra contra o terrorismo". Os argumentos são devidamente fundamentados: a política do pesadelo é apenas uma estratégia dos governos para se manterem no poder e manter as populações submissas às suas ordens; portanto lançam medidas que põem sociedades inteiras debaixo de tensão e histeria diante de uma "grande ameaça" à democracia e liberdade.