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sábado, março 23, 2013

das Palavras que Escutamos

Harry Gordon Frankfurth escreveu “On Bullshit” um dos livros mais vendidos nas downtowns urbanas menos estupidificadas dos Estados Unidos. A clientela dos Estados-vassalos não difere do pensar ao centro.

Sobre aTrampa é um ensaio que não é necessaria- mente sobre politica, porque nos EUA não existe politica, o que existe é uma feroz competição entre dois gangs organizados sobre o modo como podem melhor exercer a pilhagem sobre o mundo inteiro. E lacaios locais que formam ansiosas filas para obter emprego rendoso no saque. “On Bullshit” é sobretudo sobre todos aqueles os que falam sem saber do que estão a falar, porque não têm formação nem sensibilidade politica para gerir ou comentar assuntos que digam respeito às pessoas. Quem muito fala pouco acerta em Humanidades; o negócio dessa trampa gelatinosa em forma de gente são os números. Errados. Por isso se protegem por detrás de uma novilíngua que só entre esses restritos grupos rivais de tecnocratas da treta se entende. Se anularmos as frases sem nexo do falar dessa gente, o que fica?

Faça-se uma experiência: coloque-se três grandes questões a inquérito ao grupo de figurões que integram o quadro (não exaustivo) das personalidades nacionais abaixo selecionadas.

a) o regime de propriedade preferencial deve ser público ou privado?
b) o Estado garante a democracia?
c) existe a garantia de cada cidadão poder ser livre?

Todos eles, sem excepção, lhes responderão a mesma coisa. Embora com parlapiés embrulhados em aliciantes embalagens de cores diferentes. (um deles não conta, embora forme opinião como joker):

clique no quadro para ampliar

A linguagem da treta é transversal a todas as épocas. Um dos ensaios mais famosos na dismistificação da treta é o “Elogio da Loucura” de Erasmo. Obra de loucos é, por exemplo, a de sistemas de governação por democracia directa, ao contrário de dirigentes que acedem ilegitimamente aos governos concordarem em autorizar o Estado a interferir na propriedade privada de contas bancárias para lhes roubar uma percentagem. A menos que a intenção fosse acabar de imediato e em simultâneo com todo o sistema mundial de off-shores bancários...

“A convicção generalizada de que em democracia cada cidadão deve ter opiniões políticas e emitir juízos sobre tudo, explicam o facto da produção de asneiras e tretas estar tão disseminada, muito particularmente por governantes e assessores nas televisões. Os fala-barato e os falsificadores estão sempre a produzir contrafacções, bluffs, deturpações e mentiras – ao contrário do cientista, do artesão e do profissional que se especializou na sua área e não relaxa a autodisciplina e autocrítica. Em última instância o escroque que finge que sabe e discursa frente a encenações de realidades credíveis, aconselha-se a si próprio com cinismo e tem uma regra de ouro: nunca digas mentiras se puderes safar-te com uma treta…

leitura relacionada:
Investigações Filosóficas”, Ludwig Wittgenstein, 1953:
os limites da linguagem devem ser os limites do pensamento
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