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sexta-feira, maio 31, 2013

a Europa, através da concessão de Fundos Comunitários investiu na criação de uma bolha de consumo em Portugal. No refluxo, aí está essa mesma Europa para cobrar a Dívida, com juros a lingua de palmo

Boaventura Sousa Santos: "A democracia perdeu a batalha e só não perderá a guerra se as maiorias perderem o medo, se revoltarem dentro e fora das instituições e forçarem o Capital a voltar a ter medo"
Os resultados do investimento na desindustrialização do país e na formação de criadagem profissional para o sector de serviços a partir da adesão à CEE são conhecidos: Percentagem actual de emprego por ramo de actividade em Portugal: Agricultura e Pescas 2%, Indústria 13%, Serviços 85% - onde é que já se viu gente sentada em secretárias de escritórios ser revolucionária?

OCDE: é “improvável” que Portugal cumpra as metas do défice - a Recessão em 2013 será de 2,7%, a Divida atingirá os 130% do PIB em 2014 (fonte) - a burguesia transnacional atrever-se-ia a desencadear um ataque aos portugueses com esta dimensão se a estrutura produtiva no país fosse de índole diferente?

Tudo que é sólido e estável se volatiliza, tudo que é sagrado é profanado e os homens são, finalmente, obrigados a encarar com sobriedade e sem ilusões a sua posição na vida” (in Manifesto do Partido Comunista, 1848)

A falta de perspectivas na mudança do paradigma nacional ressalta da falência do designio da década de 1960 de industrializar Portugal conforme os moldes do fordismo semiperiférico:
"De facto, na financeirização da economia, na suposta impossibilidade de competir com os produtos manufacturados chineses, os diferentes países semiperiféricos estão a ser reinseridos em condições socialmente desastrosas na nova divisão internacional do trabalho. Enquanto existem hoje um milhão e 400 mil desempregados em Portugal, os lucros dos principais grupos empresariais exportadores (EDP, Galp, Mota Engil, Grupo Melo e Lactogal, entre outros) aumentou nos últimos três anos. Isto revela a natureza regressiva do capitalismo globalizado: de alternativa ao capitalismo neoliberal estadunidense, a União Europeia transformou-se num modelo de involução social (...) Para os 115 milhões de trabalhadores em risco de pobreza e de exclusão social vivendo na Europa em 2010, a actual ditadura das finanças significou a dolorida des-sacralização da época burguesa (...) segundo os padrões portugueses, essa pauperização da condição social encontra uma tradução monetária, ou seja, viver em média com menos de 434 euros por mês, algo muito próximo dos 1.190 reais ganhos em média pela ainda incipiente classe média brasileira... (in Portugal Rumo ao Abismo)

quinta-feira, maio 30, 2013

Síria: a corrida ao Ouro Negro

No posicionamento das forças da NATO e na coligação revoltosa ad hoc que a Aliança formou, mas sobretudo segundo o móbil estratégico, o verdadeiro jogo do conflito não é a mudança de regime, mas o fecho da saída mediterrânica para o gás iraniano e o controlo das reservas de gás. As reservas comprovadas de petróleo na Síria somam 2,500 milhões de barris, mas as licenças de exploração estão reservados para as empresas estatais sírias. São as mais importantes reservas de todos os países vizinhos, excepto o Iraque, cuja apropriação já foi tratada desde 2003 do modo que conhecemos.

Um documento do Departamento de Energia dos Estados Unidos, uma organização especialista que trata dos recursos energéticos dos outros (US Energy Information Administration EIA), datado de 20 de Fevereiro de 2013 trouxe à tona os interesses energéticos que levaram os países ocidentais e os membros do Conselho de Cooperação do Golfo a apoiar a revolta armada dos Contras na Síria. O relatório refere-se exclusivamente às reservas de petróleo comprovadas, mas não faz qualquer menção à questão dos enormes campos de gás já descobertos, não explorados, ainda não avaliados e que são muito menos poluentes. Mas existe o tal problema, diz a agência dos EUA: desde 1964, as licenças para a prospecção e exploração das jazidas estão reservados para as empresas estatais sírios. Até 2010, a medida prevista pelo Estado garantiu uma renda anual de 4000 milhões de dólares das exportações de petróleo, principalmente para a Europa.

A guerra veio para mudar esta situação. O "Exército Sírio Livre" (1) assumiu o controlo de grandes campos de petróleo na região de Deir Ezzor. Outros, na área de Rumeilan, estão sob o controle do Partido da União Democrática Curda, que também são hostis aos "rebeldes" e se confrontaram já por várias vezes. A estratégia dos Estados Unidos e da NATO é financiar os "rebeldes" (2) que ajudaram a controlar os campos de petróleo com dois objectivos: privar o Estado Sírio das suas receitas e, reduzindo as exportações devido ao embargo decretado pela União Europeia, preparar um futuro onde as maiores reservas passariam a estar, graças aos "rebeldes", sob o controle das grandes empresas petrolíferas ocidentais. Para isso, é necessário o controlo da rede interna de oleadutos, a rede que os "rebeldes" têm sabotado em vários locais, especialmente em redor de Homs, onde uma das duas refinarias do país se viu obrigada a interromper o fornecimento.

Mas há outra aposta mais importante a nível estratégico (3). É o papel da Síria como um ponto de confluência dos corredores energéticos alternativos em relação àqueles que passam pela Turquia e por outras vias, já controlados por empresas norte-americanas e europeias. A "guerra de oleadutos" começou há muito tempo. Em 2003, aquando da invasão do Iraque, os EUA destruiram imediatamente as ligações de Kirkuk-Baniyas que transportavam petróleo do Iraque para a Síria. Contudo, uma dessas ligações ainda está em funcionamento, a de Zalah Ain, na região síria de Sueida. E apesar da oposição de Washington, Damasco e Bagdade lançaram um projecto conjunto para a construção de dois oleodutos e um gasoduto que vão ligar os campos iraquianos com o Mediterrâneo e, assim, aos mercados externos via Síria. Mais perigoso ainda para os interesses ocidentais é o acordo concluído em Março de 2011 entre Damasco, Bagdade e Teerão. Este acordo prevê a construção de um gasoduto que transportará através do Iraque o gás natural iraniano para a Síria e deste país para os mercados estrangeiros. Esses projectos e outros, que já tinham o financiamento necessário, estão sendo reavaliados por aquilo a que a agência dos EUA define como "as condições de insegurança e instabilidade na Síria".

(1) Revoltosos da Síria apoiados pelo Ocidente procedem a execuções sumárias a quem lute ao lado do governo legalmente instituido



(2) A lista de atrocidades praticadas pela "Revolta Síria" apoiada pela Administração Obama com dinheiro dos contribuintes norte americanos, tornou-se insuportável. Aqui, um revoltoso trinca em directo para a câmara de filmar o coração de um soldado sírio abatido 
(3) Manlio Dinucci da Rede Voltaire no Il Manifesto
relacionado:
Primeiros misseis terra-ar do sistema defensivo S-300 fornecidos pela Rússia, que vão impedir ataques aéreos à Síria, já estão em poder do governo de Bashar al-Assad

quarta-feira, maio 29, 2013

a Origem dos Coffee-Shops


Uma ilustração francesa publicada em 1693 mostra um árabe a
 beber café a partir de uma tigela e umibrik” para preparação 
do café, bem como um galho de uma árvore de café,
 grãos e um 'instrumento cilindrico de torrefacção de café"
o Café, uma planta nativa da Etiópia, provavelmente já era bebido muito antes do tempo da existência de registos escritos dele, tanto como uma bebida à maneira do chá feita a partir da casca do grão de café (al-qahwa al-qishriya) ou como café, fabricado a partir dos próprios grãos, (chamado al-qahwa al-bunniya). Os grãos eram de forma frequente também simplesmente mastigados. Mas o cronista do século XVI al-Jaziri diz que o café foi usado pela primeira vez no Yemen, vindo da Etiópia através do Mar Vermelho, para permitir que os crentes se pudessem manter alerta durante as orações nocturnas. Certamente este uso não era menos importante para os trabalhadores comuns, tanto quanto é hoje, e a sua utilização com essa finalidade difundiu-se através de toda a Península Arábica. Conforme o seu uso se espalhou, houve muita discussão sobre se a nova bebida deveria ou não, em termos religiosos, ser permitida, considerando "que alterava a mente", e se o seu consumo seria bom ou ruim para a saúde. Os movimentos a sério para proibir a bebida começaram em Meca em 1511 e permaneceram por séculos. Em resposta, dois médicos estudiosos de religião utilizaram a caneta e o papel em defesa do café. Embora a literatura gerada por esses debates pouco diga sobre os lugares onde o café era bebido, deixa claro a partir dessa e de outras fontes que os locais de consumo de café eram numerosos desde tempos primitivos. Curiosamente, muitos dos argumentos apresentados na Arábia tanto sobre café como sobre as casas de café haveriam de ser repetidos quase palavra por palavra no Ocidente um século mais tarde, prosseguindo aliás o debate médico sobre o uso do café globalmente na actualidade.


Talvez uma das razões para a rápida disseminação das lojas de café, além de simplesmente do gosto pelo café, é que a preparação do café é um pouco complicada, já que os grãos precisam de ser torrados e moídos. As lojas de café ofereciam o produto pronto feito por mão experiente.Escrevendo em 1530, Ibn 'Abd al-Ghaffar anotou que até ao início da década de 1500, havia muitos cafés nas cidades, especialmente perto da Grande Mesquita em Meca e da Mesquita Central de al-Azhar, no Cairo. Esta é uma menção directa precoce das casas de café, apesar de decisões jurídicas anteriores condicionarem a sua existência. Cinquenta anos mais tarde, al-Jaziri no opúsculo “A Melhor Defesa para a Legitimidade do Café” menciona, como se fosse algo incomum, que o povo de Medina preferia beber o seu café em casa. O autor refere o modo como, tendo o consumo do café sido espalhado rapidamente a partir do Yemen, foi primeiro bebido em público por académicos (fuqaha) ou simples professores e alunos, logo seguidos por um grande número de pessoas. Menciona também que, apesar das taças de terracota serem o padrão, no porto do Mar Vermelho de Jiddah os bebedores de café usavam porcelana da China.



Infelizmente, o cronista não descreve as lojas de café e os seus proprietários, embora nós possamos deduzir dos seus relatos que um desses cafés em Makkah era gerido por uma mulher que foi condenada a fechar, decisão da qual a mulher apelou alegando pobreza. A justiça decidiu-se então pela suspensão da execução, desde que a proprietária passasse a usar o véu por estar num local público, decisão a que ela obedeceu. Da ausência de reclamações contra lojas de café em razão do excesso de luxo ou extravagância torna-se seguro inferir que, com toda a probabilidade, esses cafés iniciais eram de um tipo simples ainda hoje encontrados por todo o Médio Oriente. Como beber café se espalhou a partir do Hijaz na Península Arábica ocidental até ao norte da Síria. Isso entretanto mudou. Uma casa de café fina tornou-se um elemento importante do planeamento urbano para os governadores que queriam enfatizar a sua riqueza e poder. Cada quarteirão da cidade (mahallah) passou a ter pelo menos um café, e eles eram uma componente-chave à medida que o novo mercado foi sendo construído. No Cairo, no século XVII, está registado que uma casa de café era o primeiro edifício a ser concluído em qualquer dos novos empreendimentos habitacionais de luxo ao longo do Nilo.


As casas de café tornaram-se populares em Inglaterra por volta de 1650. Este estabelecimento em Londres foi retratado por um artista anónimo

terça-feira, maio 28, 2013

não há Circo que sobreviva apenas com um Palhaço

"os Governos são as Divisões para o Entretenimento do Complexo Industrial-Militar" (Frank Zappa)

Os Estados Unidos mantêm em permanência uma economia de guerra. Tendo em vista manter essa economia em funcionamento as elites transnacionais dominantes precisam de ter inimigos permanentes. Elas fazem-no criando esses inimigos e alimentando depois as duas partes em conflito - situação da qual extraiem o máximo lucro.
Portugal, como Estado-vassalo deste sistema, não poderia oferecer outro género de espectáculo de política rasca que não fosse um derivado desta ideia fundamentalista inimiga da Humanidade. Cavaco Silva, Comandante em Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, que reporta politica e financeiramente directamente à Aliança Atlântica (NATO) sem mediação democrática, sabe muito bem exercer a sua serventuária profissão neste Circo


Bobos e Acrobatas, GiandomenicoTiepolo, 1791, Ca` Rezzonico, Veneza

segunda-feira, maio 27, 2013

a Invenção dos Judeus Portugueses

Pensa o vulgo dos ingénuos que a escolha dos representantes do povo é feita através do voto. Porém, o processo eleitoral é cínico. Isto é, vota-se em quem já se votou, de acordo com a teoria gramsciana de "bloco histórico" que usa o elemento cultural para controlar o senso comum. (1)

Na "História de Pensamento Politico, desde Heródoto até ao Presente" Alan Ryan defende que numa eleição actual há mais influências do passado do que aquelas que saltam à vista. Os ecos de outros tempos ainda marcam a vida das comunidades contemporâneas. Assim sendo, as elites fabricam secularmente um processo histórico à-la-carte consoante os seus interesses. No caso da Europa o subterfúgio tem sido a herança judaica-greco-romana. Essa não é contudo, nem de perto nem de longe, a verdade completa da história europeia. Uma das componentes mais determinante que os clássicos da Grécia (aliás traduzidos e dados a conhecer pelos sete séculos de cultura dos Árabes) e o Direito no Império Romano, é o legado das tribos bárbaras de origem germânica que invadiram a Europa a partir do século IV não deixando pedra sobre pedra. Isto é, nos séculos seguintes, ao mesmo tempo que a cultura Latina (re)nascia e fabricava a Biblia, os Germanos deixavam-se assimilar pela cultura dos vencidos. À qual acrescentaram as suas lendas, umas originais, outras adquiridas pelo longo contacto com as hostes egipcias de Roma no "limes germanicus". Entre outros exemplos, as obras mais determinantes do nóvel cristianismo medieval são encomendas da Igreja romana produzidas "em directo" de modo magistral pelo lombardo Caravaggio. Arte adquirida. Politica perdida. Ao contrário da Democracia Grega cujas eleites excluiam da prática escravos, mulheres e metecos, os Germânicos tinham o bárbaro costume de eleger os seus chefes em assembleias em que participavam todos os elementos da tribo, mas com a "construção da Europa" a prática cairía em desuso..

"Raizes judaicas"? "expulsóes", "diásporas e regressos a uma terra santa" as "atribulações do judeu desgraçadinho impedido de professar a sua crença religiosa", tudo são trapaças históricas para uso das crendices populares facilmente desmontáveis. Na verdade desde uma vaga referência do historiador romano Flavio Josefo aos judeus (como habitantes da Judeia) nenhuma outra obra credivel faz qualquer referência aos "judeus" nos 18 séculos seguintes, ou seja, até ao fim do século XIX e ao nascimento da doutrina Sionista apadrinhada pala banca de Inglaterra como politica de angariação de carne para canhão com vista a assegurar o acesso ao petróleo no Médio Oriente. (2)
 Imagine-se porque é que o livro (de 2006) "A Invenção do Povo Judeu" do académico israelita Shlomo Sand ainda não foi traduzido em Portugal? Não dá jeito, porque aqui existe um pequeno naco de paraiso para a judiaria sionista, sendo mordomos a familia Espirito Santo, uma das familias donas do país (3) ...

(1) "O Segredo das 7 Irmãs, Tempestades e Fortunas no Deserto" (episódio 4), onde ao minuto 8:20 se refere a origem  da fortuna que patrocina o principal centro da indústria cultural em Portugal: o semita arménio educado em Inglaterra Calouste Gulbenkian e o seu golpe de génio que gerou 5% em todas as transacções relacionadas com as maiores multinacionais petroliferas



(2) O Sol nunca se deita para o Império Britânico de offshores e paraísos fiscais 
(3) Obviamente, as elites portuguesas têm interesse em manter os canais de evasão fiscal

sábado, maio 25, 2013

Garcia Pereira acredita que, ao escolher a questão pós troika como tema do Conselho de Estado, Cavaco Silva está a tentar antecipar e silenciar uma eventual discussão sobre a saída do euro.



Conferência promovida pelo Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal da Faculdade de Direito de Lisboa sob o tema Troika Ano II

quinta-feira, maio 23, 2013

Palhaço Pobre, Palhaço Rico

Recentemente Sousa Tavares insultou o defunto ex-Presidente da República da Venezuela apelidando-o de "Caudilho", apenas por considerar que defender um regime pró-socialista legítimo não é admissivel na óptica dos liberais. Na fútil querela com os neoliberais o mesmo comentador, distinto colaborador da farinha do mesmo saco PSD-Expresso-Pinto Balsemão, vem agora tentar fazer subir o miserável indice de popularidade de Cavaco, angariando-lhe uma oportunidade de vitimização. Qualquer agente económico que toma partido ao servir ou denegrir determinado regime não faria melhor nem mais subrepticiamente.

"Chamar palhaço a este Presidente da República pelo modo peculiar como exerce a função pode inclusivamente ser uma forma de pretender defender o Estado de direito e não de ofender quem quer que seja" (in "uma pitada de doutrina jurídica", no Aventar)

quarta-feira, maio 15, 2013

ir pagando uma dívida impagável, em vez de rejeitar de todo o seu pagamento

entrevista de Francisco Louçã a Mark Bergfeld, publicada na Monthly Review 

P - Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças da Alemanha, o ano passado rotulou Portugal como "o bom aluno da zona euro." Agora, Portugal enfrenta um cenário económico difícil. O desemprego, por exemplo, atingiu 18,2 por cento. O governo de coligação PSD-CDS está a exigir mais tempo para implementar as suas novas medidas de austeridade. Quais são as razões subjacentes para a tendência de queda de Portugal?
R - A recessão foi causada pela austeridade e pela transferência de recursos para os pagamentos da dívida. Como consequência o desemprego atingiu níveis sem precedentes. A queda dos salários e pensões criaram uma espiral descendente da economia. Isto é qualquer coisa, agindo como um bom aluno, certamente este é o preço que nós pagamos para aceitar um governo de Merkel e Schäuble por interpostas pessoas.

P - A crise económica criou fracturas no regime. No início de Abril, o Tribunal Constitucional chumbou quatro das nove medidas de austeridade contestadas. Um membro do governo, Miguel Relvas demitiu-se. O que está a acontecer no topo da sociedade portuguesa?
R - Há uma crise no governo de coligação. Os dois partidos de direita no poder têm dificuldades em impor as soluções da troika - aumento do desemprego, cortar os serviços públicos, aumentar impostos, reduzir a segurança e o bem-estar social. A decisão do Tribunal Constitucional ao contestar estas políticas prova que esta é mais que uma crise política: este é o começo de uma crise do regime. Na Grécia e na Itália, é óbvio que se trata de uma crise regime. Eventualmente, o mesmo vai acontecer com Espanha. É a consequência directa do défice democrático, das medidas de austeridade e das suas políticas falidas.

P - Por toda a Europa, assistimos a três vertentes de resistência à Troika: greves em massa por parte dos trabalhadores, revoltas da juventude, como o movimento dos indignados, e revoltas eleitorais como a do SYRIZA na Grécia, a "Front de Gauche" em França, ou o CUP na Catalunha. Em Portugal, temos vindo a assistir às duas primeiras, mas não se tem visto um aumento no apoio ao Bloco ou do Partido Comunista. Por que é que a esquerda portuguesa não é capaz de tirar proveito de uma situação favorável?
R - As sondagens de opinião indicam um apoio crescente para os partidos anti-troika da esquerda. Hoje, eles representam mais de 20 por cento. Com o objectivo de eleger um governo de esquerda - um governo que seja anti-memorando e apele ao fim do domínio da Troika - é hoje muito necessário. Um governo de esquerda teria que reestruturar a dívida e, parcialmente, o cancelamento da dívida para recuperar a capacidade de investimento e de emprego. O milhão de pessoas na manifestação de 2 de março mostrou a disposição de uma grande parte dos portugueses para lutar pelos seus salários e pensões, como parte das suas responsabilidades democráticas.

P - O montante total da dívida do Estado português situa-se em 209.000.000.000 euros, o equivalente a 126,3% do Produto Interno Bruto. Durante a alter-globalização da última década, activistas do movimento pela suspensão da dívida exigiram o cancelamento da Dívida do Terceiro Mundo. Hoje existem discussões semelhantes sobre "re-negociação da dívida", "anulações da dívida", e "jubileus de dívida" entre a esquerda na Europa. Como deve ser a esquerda europeia responder?
R - Exactamente da mesma maneira. Uma economia com um défice de 3 por cento não pode pagar uma taxa de 4 por cento de juros. Se a dívida cria dívida, o seu cancelamento é a única solução possível (...)
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terça-feira, maio 14, 2013

Portas saiu do último Conselho de Ministros com a taxa das pensões literalmente enfiada pelo olho do cu acima

Habituado a alimentar-se da pornografia politica, exercida despudoradamente sobre feirantes, agricultores, frequentadores de romarias, ex-combatentes do ultramar, reformados, etc. o ex-jornalista e agora ministro Portas, depois que afirmar peremptoriamente que jamais estaria de acordo em ultrapassar a linha de fronteira que põe a salvo do roubo atraves de novos impostos os pensionistas e reformados, "acabou por engolir tudo, a taxa e as palavras" (cm)
Travesti de mil caras, trampolineiro habituado a manipulações e demagogias, réu à revelia em pelo menos três processo judiciais, Portas joga em casa das clientelas ignaras. Mais uma vez representou uma paródia à custa de uma classe desfavorecida, das que têm menos defesa. Fingiu que se insurgiu em defesa dos pobres, quando o governo só tem intenção de cortar nas pensões acima de 1 300 euros, quando se sabe que 80% das pensões de reformas em Portugal são inferiores a 600 euros.

Cavaco acha que o facto da Troika ter admitido uma taxa que não é para aplicar, mas que continua a constar do memorando como  opcional é um milagre de "nossa senhora de fátima".
Não é caso para menos. Embora o povo veja a fraude mais como um  milagre do tipo Oliveira e Costa...

segunda-feira, maio 13, 2013

porque é que os portugueses não podem comprar titulos de dívida ao Estado português?

será para não prejudicar o negócio exclusivo da banca privada? 
responde o delegado da Goldman Sachs no governo de Coelho, Portas & Cavaco: "não pode como?, estamos a ver, vamos estudar, (silêncio), está em ponderação, (nicles)

domingo, maio 12, 2013

Karl Marx deveria estar morto e enterrado?

Com o colapso da União Soviética e o que dizem ter sido o “grande salto em frente” da China para o capitalismo, o comunismo desapareceu no cenário pitoresco dos filmes de James Bond. A luta de classes que Marx acreditava ter determinado o curso da história parecia ter-se dissolvido numa era de prosperidade do livre comércio e da livre iniciativa. O poder de longo alcance da globalização, que liga os cantos mais remotos do planeta pela via dos aparentemente lucrativos títulos financeiros, a terceirização da economia e a produção "sem fronteiras", oferecidas desde os gurus das tecnologias do Vale do Silicio até às meninas das explorações agrícolas chinesas, tem proporcionado a todos amplas oportunidades para ficarem ricos.

A Ásia nas últimas décadas do século 20 testemunhou talvez o registo mais marcante de redução da pobreza na história humana - tudo graças à produção em massa centralizada no Estado virada para o comércio capitalista, empreendedorismo, investimento e atracção de capital estrangeiro. O capitalismo parecia estar a cumprir a sua promessa - para elevar todos a novos patamares de riqueza e bem-estar. Ou então pensamos - com a economia global numa crise prolongada, e os trabalhadores de todo o mundo atingidos pelo desemprego, pelas dívidas da burguesia e pelos rendimentos estagnados, a crítica mordaz de Marx ao capitalismo - que o sistema é inerentemente injusto e auto-destrutivo - não pode ser tão facilmente descartada. Marx teorizou que o sistema capitalista, inevitavelmente, iria empobrecer as massas à medida que a riqueza do mundo se fosse concentrando nas mãos de uns poucos gananciosos, causando crises económicas e conflitos de elevada intensidade entre as classes ricas e as classes trabalhadoras. "A acumulação de riqueza num pólo é, ao mesmo tempo, acumulação de miséria, agonia das formas de luta, escravidão, ignorância, brutalidade, degradação mental, no pólo oposto", escreveu Marx. Um dossier crescente de evidências tem mostrado à saciedade que ele estava cheio de razão. É, infelizmente, muito fácil encontrar estatísticas que mostram que os ricos estão cada vez mais ricos, enquanto a classe média e os pobres não conseguem o mínimo decente para sobreviver. Um estudo de Setembro último do Economic Policy Institute (EPI) de Washington constata que o salário médio anual de um trabalhador do sexo masculino a tempo integral nos EUA em 2011 era de 48 202 dólares americanos, um rendimento menor que em 1973. Entre 1983 e 2010, 74% dos ganhos da riqueza total nos EUA foram para os 5% mais ricos, enquanto 60% sofreram um declínio. Ninguém fica admirado, portanto, por muita gente continuar a dirigir um segundo olhar à teoria do filósofo alemão do século XIX.


Na China, o país marxista que aparentemente virou as costas a Marx, Yu Rongjun inspirou-se nestes eventos globais para escrever um musical baseado no clássico “Das Kapital” de Marx. "Aqui você pode encontrar a realidade corresponde ao que está descrito no livro", diz o dramaturgo, excepto a “ditadura do proletariado que não funcionou conforme previsto. Mas a consequência do alargamento dessa desigualdade é exactamente o que Marx havia previsto: a luta de classes está de volta. Entre os trabalhadores do mundo inteiro crescem as tomadas de consciência e a vontade de revolta pela exigência da sua justa parte na economia global. Das decisões do Congresso dos EUA para as ruas de Atenas, ou para as linhas de montagem do sul da China, eventos políticos e económicos estão sendo moldados por tensões crescentes entre o capital e o trabalho num grau jamais visto desde as revoluções comunistas do século 20. O modo como essa luta se desenrolar vai influenciar os rumos da política económica global, o futuro do Estado social, a estabilidade política na China, e de todos os que governam a partir de Washington a Roma. O que quer Marx dizer hoje? - "Alguma variação de um: "eu te avisei ", diz Richard Wolff, um economista marxista na New School de Nova York. "A diferença de rendimentos produz um nível de tensão que nós nunca tínhamos visto na nossa vida."

As tensões entre as classes económicas nos EUA estão claramente em ascensão. A sociedade tem sido percebida como a divisão entre os "99%" (a maioria da população lutando para sobreviver) e o "1%" (o privilegiados super-ricos interconectados com o sistema ficando mais ricos a cada dia). Numa sondagem do Pew Research Center divulgada no ano passado, dois terços dos entrevistados acreditavam que os EUA sofrem um conflito "forte" ou "muito forte" entre ricos e pobres, um aumento significativo de 19 pontos percentuais em relação a 2009, classificando o assunto como ponto nº1 na divisão da sociedade. Este clima de elevada tensão domina a politica norte-americana. A batalha partidária sobre como corrigir o déficite orçamental do país tem sido, em grande medida, a luta de classes. Sempre que o presidente Barack Obama fala de aumentar os impostos sobre os americanos mais ricos para baixar o déficite, os conservadores gritam que ele está a lançar uma "ditadura de classe" contra os ricos. No entanto, os republicanos estão envolvidos em alguma forma de luta de classe no seio do seu próprio partido. O plano do Partido Republicano para a estabilização fiscal efectivamente lança o peso do ajuste financeiro para o meio das classes económicas mais pobres por meio de cortes nos serviços sociais. Obama baseou grande parte de sua campanha de reeleição em caracterizar os republicanos como insensíveis às classes trabalhadoras. O candidato Mitt Romney, só tinha um "plano de um ponto" para a economia dos EUA - "para se certificar de que as pessoas no topo jogam segundo um conjunto diferente de regras". No meio da retórica, no entanto, há sinais de que este novo classicismo americano mudou o debate sobre a política económica do país. A economia “trickle-down” neoliberal, que insiste em que o sucesso do 1% dos mais ricos vai beneficiar os 99% mais pobres, está sob escrutínio intenso. David Madland, director do Centro para o Progresso Americano, um think tank com sede em Washington, acredita que a campanha presidencial de 2012 trouxe um foco renovado em reconstruir a classe média. "Eu sinto uma mudança fundamental ocorrendo", disse ele.


A ferocidade da nova luta de classes é ainda mais pronunciada na França. Em Maio passado, quando a dor de cabeça da crise financeira e dos cortes no orçamento feitos indiscriminadamente a ricos e pobres, houve muitos cidadãos comuns que votaram no Partido Socialista de François Hollande por causa da sua proclamação: "Eu não gosto dos ricos". Revelou-se fiel à sua palavra? A chave para a sua vitória foi a promessa de campanha que iria extrair mais impostos dos ricos para manter o Estado de Bem-Estar da França. Para evitar os cortes de gastos drásticos que outros reformuladores de políticas na Europa têm seguido, Hollande tinha planeado aumentar a taxa de IRS 75%. Contudo essa ideia foi inviabilizada pelo Conselho Constitucional do país. Hollande entretanto trama maneiras de introduzir uma medida similar. Ao mesmo tempo, tem se esconder do homem comum por detrás do governo. O presidente reverteu uma decisão impopular do seu antecessor para aumentar a idade de reforma em França, baixando-a de volta à lei dos 60 anos para alguns trabalhadores. Mas quer ir ainda mais longe. "A proposta de imposto de Hollande tem que ser o primeiro passo para a reforma integral do capitalismo, reconhecendo o governo que o sistema na sua forma actual tornou-se tão injusto e disfuncional que corre o risco de implodir sem se ter tido tempo de efectuar nenhuma reforma profunda. Estas tácticas, no entanto, estão a provocar uma reação da classe capitalista. Mao Tsé Tung poderia ter insistido que "o poder político nasce do cano das espingardas", mas num mundo onde “o capital” tem cada vez mais mobilidade, as armas da luta de classes mudaram para uma maior sofisticação. Ao invés de pagar para tentar comprar Hollande, (como é uso fazer com os governantes nos países periféricos) alguns dos ricos da França saem para fora do país. Contrariando a necessidade de empregos e com eles de investimentos, Jean-Émile Rosenblum, fundador da Pixmania, um retalhista on-line, dedica-se à criação da sua vida: um novo empreendimento nos Estados Unidos onde ele vê um clima muito mais hospitaleiro para os empresários. "O aumento do conflito de classes é uma consequência normal de qualquer crise económica, mas a exploração política de que tem sido alvo na Europa é demagógica e discriminatória", diz Rosenblum. "Em vez de depender de (empresários) para criar empresas e empregos de que nós precisamos, a França está a persegui-los"

A luta entre ricos e pobres é talvez mais volátil na China. Ironicamente, Obama e o recém-chegado presidente da China comunista, Xi Jinping, enfrentam o mesmo desafio. O intensificar a luta de classes não é apenas um fenómeno de crescimento lento no mundo industrializado endividado. Mesmo em rápida expansão dos mercados emergentes, a tensão entre ricos e pobres, converteu-se na principal preocupação para os decisores políticos. Ao contrário do que muitos descontentes americanos e europeus acreditam, a China não tem sido um paraíso para os trabalhadores industriais intensivos saídos do atraso secular dos campos. A "tigela de arroz de ferro" - a prática da era de Mao de garantir empregos para a vida dos trabalhadores - desapareceu com o maoísmo, e desde o inicio do período das reformas, os trabalhadores tinham poucos direitos, uma vez que o Estado e Serviços Sociais se consideram propriedade de todos. Mesmo que a renda do trabalho nas cidades da China esteja crescendo substancialmente, o fosso entre ricos e pobres é muito grande. Outro estudo do Pew Institute revelou que quase a metade dos chineses entrevistados consideram os ricos e pobres um problema muito grande, enquanto que 8 em cada 10 concordaram com a proposição de que os "ricos apenas ficam mais ricos, enquanto os pobres ficam mais pobres" na China.

O ressentimento está a chegar a um ponto de ebulição nas cidades industriais da China. "As pessoas vêm de fora aspirando ter vidas de maior abundância, mas a vida real nas fábricas e na construção é muito diferente", diz o operário Peng Ming no enclave industrial de Shenzhen. Enfrentando longas horas de trabalho, aumento dos custos, gerências indiferentes e muitas vezes atraso nos pagamentos. Os antigos trabalhadores agrícolas começam a adquirir hábitos e reivindicações de um verdadeiro proletariado. "A forma como o rico obtém o dinheiro é através da exploração dos trabalhadores", diz Guan Guohau, outro empregado da fábrica de Shenzhen. "O comunismo é o que nós precisamos para andar para a frente." A menos que o governo tome maiores acções para melhorar seu bem-estar, dizem eles, os trabalhadores vão se tornar mais e mais dispostos a tomar medidas próprias. "Os trabalhadores vão organizar-se (…) todos os trabalhadores devem estar unidos". Pode já estar a acontecer. O acompanhamento do nível de agitação laboral na China é difícil, mas os especialistas acreditam que tem vindo a aumentar. Uma nova geração de operários - mais bem informados do que os seus pais, graças à Internet - tornou-se mais franco nas suas exigências por melhores salários e condições de trabalho equiparaveis aos paises desenvolvidos. Até agora, a resposta do governo tem sido mista. Os decisores políticos têm aumentado os salários mínimos para aumentar o rendimento, endurecer as leis laborais para dar aos trabalhadores mais protecção. Mas o governo ainda desestimula o activismo trabalhador independente, muitas vezes pela força. O governo pensa mais sobre as empresas do que nós" conclui Guan Guohau.


Na antiga Europa industrializada, Marx teria previsto apenas um resultado. Como o proletariado acordou para os seus interesses de classe comuns, eles iriam inevitavelmente derrubar um sistema capitalista injusto e corrupto e substituí-lo pelo novo sistema socialista. Os comunistas "declaram abertamente que seus objectivos só podem ser alcançados pelo derrube violento de toda a ordem social existente", escreveu Marx. "Os proletários nada têm a perder a não ser suas correntes esclavagistas". Há sinais de que os trabalhadores dde todo o mundo estão cada vez mais impacientes com as suas fracas perspectivas. Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de cidades como Madrid e Atenas, em protesto contra um desemprego estratosférico e as medidas de austeridade que estão a tornar as coisas ainda piores. Até agora, porém, na Europa a revolução de Marx ainda não se materializou. Os trabalhadores podem ter problemas comuns, mas eles não se estão unindo para resolvê-los.

A adesão à união nos EUA, por exemplo, continuou a diminuir durante a crise económica, enquanto que o movimento Occupy Wall Street fracassou. Os manifestantes, diz Jacques Rancière, um especialista em marxismo na Universidade de Paris, não têm como objetivo substituir o capitalismo, como Marx havia previsto, mas apenas para reformá-lo. "Não estamos dando aulas em protestos que pedem o derrube ou a destruição de sistemas socio económicos para colocar outro diferente no seu lugar", explica. "O conflito de classes que se está produzindo hoje são chamadas para consertar os sistemas para que se torne mais viável e sustentável para o longo prazo, redistribuindo a riqueza criada." Apesar de tais chamadas, no entanto, a actual política económica das indústrias livremente deslocalizadas continua a alimentar as tensões de classe. Na China e nos Estados Unidos , o alto funcionalismo decide pagar artificialmente o sector de serviços para reduzir o fosso dos rendimentos, mas, na prática, esquivam-se às reformas urgentes (combate à corrupção, fim do monopólio do sector financeiro privado) que poderia fazer inverter o curso dos acontecimentos. Os governos subservientes da Europa que se estão a deixar sobrecarregar de dívidas por meio da especulação, reduziram os programas de bem-estar, mesmo quando o desemprego aumentou e o crescimento caiu. Na maioria dos casos, a solução escolhida para a reparação do capitalismo tem sido mais capitalismo. Os bonzos formuladores de políticas em Roma, Madrid, Lisboa e Atenas cumprem um programa de desmantelamento das leis de protecção dos trabalhadores, pressionados pelos detentores do poder de decisão internacional a desregulamentar ainda mais os mercados domésticos para que estes se possam converter em coutadas exclusivas das multinacionais de accionistas que se escondem por detrás desses mesmos decisores.


Owen Jones, o autor britânico de “Chavs: a Demonização da Classe Trabalhadora”, chama a isso "uma guerra de classes ordenada a partir de cima". Muito poucos irão permanecer no meio, no lugar da antiga classe média, muitos irão ficar pelo caminho. O surgimento de um mercado de trabalho global livre a desregulado, sindicatos em todo o mundo desenvolvido desarmados por subsídios estatais, a esquerda política arrastada para a direita desde o ataque do livre mercado de Margharet Thatcher e Ronald Reagan, não criaram um percurso alternativo credível. "Praticamente todos os partidos progressistas ou de esquerda contribuíram em algum momento para a ascensão e chegada dos mercados financeiros, correndo atrás dos prejuízos no sistema de protecção social para ingloriamente tentar provar que são capazes de reformas. Observa Rancière; "eu diria que as perspectivas de trabalho dos partidos socialistas ou os governos dessa área em qualquer lugar do espectro politico não podem reconfigurar significativamente - muito menos virar – os sistemas económicos actuais por serem muito fracos". Isto deixa em aberto uma possibilidade assustadora: a de que Marx não só diagnosticou falhas do capitalismo, mas também previu o resultado dessas falhas. Se os políticos não descobrem novos métodos de garantir oportunidades económicas, os trabalhadores de todo o mundo podem muito bem unir-se. Marx pode então ainda ter a sua vingança
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