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sexta-feira, maio 31, 2013

a Europa, através da concessão de Fundos Comunitários investiu na criação de uma bolha de consumo em Portugal. No refluxo, aí está essa mesma Europa para cobrar a Dívida, com juros a lingua de palmo

Boaventura Sousa Santos: "A democracia perdeu a batalha e só não perderá a guerra se as maiorias perderem o medo, se revoltarem dentro e fora das instituições e forçarem o Capital a voltar a ter medo"
Os resultados do investimento na desindustrialização do país e na formação de criadagem profissional para o sector de serviços a partir da adesão à CEE são conhecidos: Percentagem actual de emprego por ramo de actividade em Portugal: Agricultura e Pescas 2%, Indústria 13%, Serviços 85% - onde é que já se viu gente sentada em secretárias de escritórios ser revolucionária?

OCDE: é “improvável” que Portugal cumpra as metas do défice - a Recessão em 2013 será de 2,7%, a Divida atingirá os 130% do PIB em 2014 (fonte) - a burguesia transnacional atrever-se-ia a desencadear um ataque aos portugueses com esta dimensão se a estrutura produtiva no país fosse de índole diferente?

Tudo que é sólido e estável se volatiliza, tudo que é sagrado é profanado e os homens são, finalmente, obrigados a encarar com sobriedade e sem ilusões a sua posição na vida” (in Manifesto do Partido Comunista, 1848)

A falta de perspectivas na mudança do paradigma nacional ressalta da falência do designio da década de 1960 de industrializar Portugal conforme os moldes do fordismo semiperiférico:
"De facto, na financeirização da economia, na suposta impossibilidade de competir com os produtos manufacturados chineses, os diferentes países semiperiféricos estão a ser reinseridos em condições socialmente desastrosas na nova divisão internacional do trabalho. Enquanto existem hoje um milhão e 400 mil desempregados em Portugal, os lucros dos principais grupos empresariais exportadores (EDP, Galp, Mota Engil, Grupo Melo e Lactogal, entre outros) aumentou nos últimos três anos. Isto revela a natureza regressiva do capitalismo globalizado: de alternativa ao capitalismo neoliberal estadunidense, a União Europeia transformou-se num modelo de involução social (...) Para os 115 milhões de trabalhadores em risco de pobreza e de exclusão social vivendo na Europa em 2010, a actual ditadura das finanças significou a dolorida des-sacralização da época burguesa (...) segundo os padrões portugueses, essa pauperização da condição social encontra uma tradução monetária, ou seja, viver em média com menos de 434 euros por mês, algo muito próximo dos 1.190 reais ganhos em média pela ainda incipiente classe média brasileira... (in Portugal Rumo ao Abismo)

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