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domingo, março 23, 2014

como é possivel?

Três fait-divers, um por cada partido com assento no Parlamento, alegraram a agenda dos jornais e televisões por estes dias.
1. (PSD) O comentador que prediz o futuro lendo os astros, saiu-se com a adivinhação de que o Governo (no Documento de Estratégia Orçamental) já anda a preparar mais um corte de 1,7 mil milhões que implicam mais reduções salariais. 2. (CDS) A presidente da Assembleia da República Assunção Esteves designou a vice-presidente Teresa Caeiro para representar a "casa do povo" nas exéquias do ex-ministro Medeiros Ferreira... mas a deputada Teresa chegou ao velório tarde demais, com a porta da igreja já encerrada. 3. (PS) João Cravinho, o principal mentor do Manifesto dos 70 pelo prolongamento da Dívida e dos Juros a pagar, ocupa uma posição de relevo no Banco de Investimento Europeu (BEI) que foi a entidade que mais dinheiro emprestou para financiar PPPs, o esquema que mais endividou o país. Faz sentido.

como é possivel? continuar-se a votar sempre nos mesmos?

Nos anos que vão de 1994 a 2000, a dívida pública portuguesa, então expressa em Escudos, desceu de 57,3% para 48,4 % do PIB. E desde que há catorze anos adoptámos o Euro, a Dívida pública portuguesa subiu de 48,4%, em 2000, até 128,7%, em Dezembro de 2013, e chegará aos 140% do PIB no próximo mês de Setembro. Por ocasião do 25 de Abril, 40% do PIB português era gerado na indústria. Hoje, por virtude da adesão ao Euro, apenas 13% do PIB é gerado no sector industrial secundário (o industrial primário foi extinto). E para que a desgraça fosse ainda maior, apenas 2% do PIB tem hoje origem nos sectores da agricultura e pescas, que foi o que sobrou do sector primário. Portugal tornou-se assim, um país economicamente inviável, desindustrializado e sob um ataque cerrado ao ensino público - cumprindo a politica dos lacaios do neoliberalismo porque o que lhes interessa é que o povo seja analfabeto.
(grafitti em frente da Uni.Nova, que já foi apagado pela brigada de limpeza do António Costa)

No programa PRÓS&PRÓS de amanhã (que insistem em designar de Prós&Contras) entre os defensores do pagamento da Dívida e da política de Austeridade, não estará nenhum representante da opção de suspender imediatamente o pagamento da Dívida

4 comentários:

Anónimo disse...

Dizia Lenine que a maioria do povo é dominado pela minoria que governa.
Essa dominação faz-se pelo medo (da morte da fome do inferno e do purgatório) faz-se pela insistência da comunicação social (televisões sempre a bombardearem anúncios e notícias, jornais hoje menos) faz-se pelos comícios dominicais que os padres fazem em milhares de igrejas a que chamam homilias (dizendo ao povo para não darem ouvidos aos materialistas dos comunistas que são contra as leis de Deus), etc. e assim continuam a arregimentar votantes para os donos de Portugal explorarem melhor o povo e a seu belo prazer com o fantasma do desemprego..
O povo na sua maioria até quer o socialismo mas preferem o PS porque é mais moderado e o PS lá vai fazendo o frete aos patrões da mesma forma que o CDS e o PPD.
Isto leva muitos anos a dar a volta mas havemos de lá chegar. Engels referia que sem a escravatura primitiva não estaríamos hoje a dar passos em direcção ao socialismo.

Anónimo disse...

Não há nada a fazer quanto à falta de vergonha institucionalizada. Mas algo ainda se pode fazer quanto à não assinatura do TTPI ou acha que não?

Pavel

Anónimo disse...

ESTUPIDEZ TEM UM PREÇO...

E neste tipo de regimes oligárquicos disfarçados de democracias, as Famílias dominam as sociedades pois dão aos estúpidos uma folha de papel para fazerem cruzes!

E só estúpidos é que votam durante 40 ANOS sempre nos mesmos SALAFRÁRIOS!

Anónimo disse...

Havemos de lá chegar, ao socialismo, à sociedade sem classes mas para isso tem de haver disciplina partidária, centralismo democrático.
Vladimir