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terça-feira, abril 29, 2014

26 de Abril de 1974

É o povo que cerca as cadeias quem obriga a Junta Militar à libertação dos presos políticos. Com alguns notáveis da oposição democrática envolvidos nas negociações.
* Dos arquivos da RTP – vídeo 1 ninguém sabe de nada(ver aqui)
* vídeo 2 – “compreendam. O general Spinola tem muito que fazer”… As autoridades pretendem libertar apenas os encarcerados não envolvidos em “crimes de sangue(ver aqui)
* vídeo 3 – Burocracia. “Mantenham-se calmos”.. Os presos reunidos decidem: “ou saímos todos ou não sai ninguém”. Começa a abertura das portas de Caxias (ver aqui)
* vídeo 4a grande estrela das acções paramilitares para abater o regime fascista – Palma Inácio - é libertado (ver aqui)

O nosso herói mais tarde irá aderir ao Partido Socialista, o que lhe garantiu uma velhice regalada e o ostracismo dos ideias antes propagandeados. Palma Inácio tinha sido o organizador do assalto à dependência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, concretizada com êxito em Maio de 1967 por um comando que integra igualmente Camilo Mortágua, António Barracosa e Luís Benvindo, que fogem num pequeno avião. Como é da sua natureza contra-revolucionária, o PCP (1) era contra este tipo de acções… 

um PS anti-Capitalista (!)
O assalto rende dezenas de milhar de contos, levados para Paris onde em Junho seguinte seria fundada a Liga de Unidade e Acção Revolucionária (LUAR) organização apadrinhada por futuros notáveis do PSD e PS. Porém as notas desviadas para servir à "luta de libertação do povo", eram novinhas em folha e escrupulosamente numeradas em séries ainda não em circulação, o que serviu para alertar os bancos internacionais sobre a sua origem, razão pela qual o Banco de Portugal não as cobriria. Nenhum banco as aceitaria. Nenhum? anos mais tarde, numa daquelas entrevistas que só passam altas horas da madrugada, Camilo Mortágua haveria de revelar que havia um único banco disposto a transaccionar esse dinheiro. Era o Banco do Vaticano - que aceitava fazê-lo pagando apenas 40 por cento do valor facial das notas, empochando os restantes 60 por cento, qualquer coisa como 18 mil contos (uma pequena fortuna na época). Para que é que o Vaticano quereria esse dinheiro ilegal é que permanece um mistério...
(1) É em nome da necessidade de romper com o «pacifismo» e o «Iegalismo» e de desencadear a luta popular armada que Francisco Martins Rodrigues, em finais de 1963, opera a primeira cisão de esquerda no PCP criando, no ano seguinte a Frente de Acção Popular (FAP) com o objectivo de lançar acções armadas segundo a filosofia marxista-leninista-maoista da conquista do poder. (fonte)
a santificação do soldadinho romano em nome do socialismo - (mural na aldeia italiana de Oliena)

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