Pesquisar neste blogue

sábado, dezembro 26, 2015

no dia 25 de Dezembro de 1991 a União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi oficialmente dissolvida

Face à problemática da decadência económica colocada pela “perestroika” (abertura liberal e re-estruturação) em Março desse mesmo ano foi proposto aos cidadãos da URSS um referendo sobre o destino do sistema de economia centralizada pelo Estado. O engodo usado pelo secretário-geral do Partido ainda dito Comunista Mickhail Gorbatchev conluiado com os interesses estrangeiros, foi o de que se tratava de um regresso ás práticas democráticas de Lenine - 78% dos votantes optaram pelo “sim” à continuidade da URSS. Como se veria, era um embuste.
Persistindo em actuar contra a vontade dos eleitores as tensões sociais agravaram-se, instalou-se o caos na economia, o acesso às necessidades básicas dos cidadãos foi boicotado. A 24 de Agosto houve uma intentona de golpe-de-estado levada a cabo por sectores liderados por altas-patentes militares em Moscovo. As forças armadas foram desgraçadamente divididas. É o momento em que os russos, privados do controlo operário sobre as hierarquias, rompem com os velhos hábitos de obediência, passividade e resignação, pensando reafirmar os seus direitos, dispostos a assumir as suas responsabilidades como cidadãos. Unidades inteiras recusaram-se a tomar parte na conservação do poder do Estado. Um grande número de tropas enviadas para cercar o parlamento russo deparou-se com uma multidão de 100.000 pessoas reunidas para defender o governo que tinha desertado para o lado de BorisYeltsin. O ministro da Defesa Dimitri Yazov e seu vice, Valentin Varennikov, foram presos. Três dias depois, face ao fracasso do golpe, o marechal Sergei Akhromeyev suicidou-se no seu gabinete do Kremlin.

O marechal Akhromeyev tinha dedicado toda a sua vida a três instituições: as Forças Armadas soviéticas, ao serviço das quais tinha sido ferido em Leningrado em 1941 e através de cujas fileiras tinha ascendido ao cargo de chefe do Estado-Maior Geral (entre 1984-1988); o Partido Comunista, ao qual havia aderido desde os anos 30 e em cujo Comité Central havia servido desde 1983; e à causa da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em si, fundada oficialmente um ano antes de seu nascimento, em 1923. Na sequência do fracasso do golpe em Moscovo todas essas três vertentes se tinham desintegrado. Yevgeny I. Shaposhnikov, o novo primeiro-ministro indigitado anunciou que 80 por cento dos oficiais das forças armadas deveriam ser substituídos por serem politicamente suspeitos. O traidor de serviço Gorbachev, ouvido o seu conselheiro para os assuntos militares, escreveu uma cíninca nota sobre o suicídio do marechal Akhromeyev : “Tudo aquilo por que tenho trabalhado foi destruído”. Em finais desse ano a situação tinha-se tornado insustentável. O Partido Comunista foi ilegalizado. Multidões entusiasmadas em Moscovo rejubilavam ao deitar por terra as estátuas de heróis da revolução socialista russa. Devido á negativa dos presidentes das Repúblicas da Comunidade de Estados Independentes para continuar a fazer parte da União Soviética e reconhecer os órgãos de poder central , a 25 de Dezembro de 1991 Gorbatchov optou por se demitir do cargo. Terminou deste modo uma experiência, mesmo assim um feito histórico único, que havia durado 74 anos.
Hoje, existem ainda muitas forças politicas dentro dos Estados Unidos que insistem em tratar a Rússia como uma potência perdedora, lembrando o facto ao actual presidente Vladimir Putin. Na época George Herbert Bush não tinha perdido tempo quando procurou explorar a situação para obter ganhos políticos domésticos, afirmando no discurso do Estado da União de 1992; "pela graça de Deus, a América ganhou a Guerra Fria." Os três presidentes seguintes tomaram essas palavras muito a sério e trataram a Rússia como vencida em vez de compreender que não foi a pura força e poder do establishment político dos EUA, mas sim o genocídio da economia revisionista socialista que derrubou a URSS. Os Estados Unidos começaram desde então a tornar-se cada vez mais agressivos em vez de inteligentes. O presidente Bill Clinton ordenou os bombardeamentos da NATO à Sérvia sem a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e defendeu a expansão do Pacto Atlântico para incluir antigos países do Pacto de Varsóvia e montar uma rede de bases militares que começaram a cercar e ameaçar mesmo de frente a Rússia.

Sem comentários: